Diagrama tático do Grêmio, na hipótese de se confirmar o 4-4-2 em duas linhas com Souza, Douglas Costa e TchecoFoto: Eduardo Cecconi |
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Como Autuori não descarta escalar simultaneamente Souza, Tcheco e Douglas Costa, sem abrir mão dos dois atacantes, não é absurdo pensar que o Grêmio pode adotar o 4-4-2 em duas linhas contra o Atlético-MG, neste domingo. Hipótese que já cogitei algumas vezes aqui no blog Preleção, e até certo ponto defendi para que fosse ao menos testada no Grêmio.
Talvez o Grêmio atue no 4-4-2 britânico. Souza e Douglas Costa seriam os meias-extremos da linha de meio-campo (chamados de "wingers" na Inglaterra por se posicionarem nas pontas da "asa" - "wing" em inglês). E Tcheco seria o jogador responsável pelo vai-vem, fazendo a transição da defesa para o ataque (também na Inglaterra, função conhecida por "box-to-box" - "área-a-área", em inglês).
Souza e Douglas Costa reúnem as características clássicas exigidas pela tática individual do winger. São velozes, gostam de driblar e encarar a marcação individualmente, sabem cruzar e atuam preferencialmente pelo lado do campo. Tcheco também apresenta os requisitos básicos de um box-to-box: sabe marcar, tem inteligência tática, bom passe, visão de jogo, e capacidade de compreender a hora de cadenciar, e a hora de acelerar a saída de bola. E os três sabem concluir de média distância.
Autuori já estabeleceu um 4-4-2 que eu chamo de "quase-alinhado" no Grêmio. Mas Tcheco não se dá bem pelo lado, e com Adilson e Túlio centralizados, a única saída de bola é a passagem de Adílson, sem que ambos consigam fazer a distribuição de lado a outro. Na comparação com o 4-4-2 britânico, o time perde linha de fundo e aproximação pelo meio com os atacantes.
Com funciona a articulação neste sistema? Não há um articulador, um organizador, um "camisa 10" como no futebol brasileiro tradicional. A organização é descentralizada. O time roda a bola de lado a outro, troca passes, busca espaços sem que alguém necessariamente seja o responsável pela orquestração. Gira de lado a outro da linha.
Há várias alternativas de movimentos ofensivos. A mais usual é o avanço dos meias-extremos pelos lados, para cruzar na área; outra é a inversão de lado destes mesmos meias-extremos, proporcionando as diagonais para o chute com o pé invertido (canhoto na direita, destro na esquerda); uma terceira possibilidade é o passe vertical do meia-central direto para o atacante girar e concluir; tem também uma quarta, o avanço dos meias-centrais para pegar a segunda bola na entrada da área; e tantas outras mais, certamente.
Bem, tudo isto na teoria, é lógico. O texto do blog aceita todas as minhas ideias. Restam saber duas coisas: se Autuori vai mesmo escalar este time, e distribuir estas funções para Souza, Douglas e Tcheco; e se nesta formação o Grêmio conseguiria aliar desempenho e resultado. Torço para que dê certo, por ser um admirador deste sistema e desta estratégia. Acredito que o Grêmio sentiria a falta de Maxi López, para a jogada aérea, para o pivô sobre a zaga - para praticamente todos os movimentos ofensivos. Ainda assim, tem boas chances de melhorar a produção da equipe.
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