A linha de meio-campo original do Grêmio se modificou durante todo o jogo, com sincronia de movimentos entre os meias e volantes, ocupando todos os espaços entre as duas áreas |
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Depois da eliminação na Copa Libertadores, com dois jogos seguidos em casa pelo Brasileirão, e também com uma semana para treinar, o Grêmio evoluiu taticamente. É perceptível, notório, fácil de ver. Autuori comemorou este crescimento hoje em entrevista coletiva após a vitória de 3 a 0 sobre o Corinthians.
Na linha de meio-campo, o grande acréscimo coletivo do Grêmio foi a constante movimentação de Tcheco e Souza. E em escala menor, mas também importante, as trocas que envolveram inclusive os volantes Adilson e Túlio. O setor não se mostrou estático, com posicionamentos rígidos, como nos confrontos com o Cruzeiro.
Eu vinha defendendo aqui no blog Preleção a inversão de lado entre Souza, que atua na esquerda, e Tcheco, que está na direita. O Grêmio estava construindo um lado muito forte ofensivo e vulnerável defensivo (esquerdo, com Fábio Santos, Souza e Adilson), e outro muito forte atrás e inócuo na frente (direito, com Thiego, Tcheco e Túlio). Havia um desequilíbrio. Muito ataque pela esquerda, e também muita "bola nas costas" no setor; e muita solidez na direita, mas nada de criatividade.
Hoje, entretanto, a linha de meio-campo do Grêmio demonstrou grande mobilidade. Não foram poucas as vezes em que Tcheco passou para a esquerda, e Souza apoiou aberto pelo lado direito. Adilson e Túlio também trocaram constantemente de lado. Com isso, apesar dos posicionamentos originais serem os mesmos (da esquerda para a direita: Souza, Adilson, Túlio e Tcheco) ninguém "guardou posição".
Esta movimentação intensa desconstruiu o sistema de marcação do Corinthians. Ora Tcheco e Adilson tabelavam na esquerda com Fábio Santos, ora Tcheco estava na direita com Souza e Thiego, ora Fábio Santos contava novamente com a companhia de Souza e Adilson passava como opção no setor contrário. Todos próximos uns dos outros e, o mais importante de tudo, de maneira coordenada.
Foi isso que disse Autuori na entrevista coletiva:
"Os jogadores começaram a entender conceitos importantes. O futebol exige uma harmonia de movimentos".
Defensivamente, a cobertura do lateral Fábio Santos melhorou, o que lhe deu tranquilidade para fazer três assistências em dois jogos. Thiego também apoiou, além de manter a característica das suas inversões em bola longa. Não quero com tudo isso dizer que o Grêmio está pronto. Haverá oscilações, principalmente porque esta "harmonia de movimentos" ainda passa pelo processo de consolidação.
Após uma semana de treinos, alguns em dois turnos, dois coletivos realizados, o Grêmio apresenta estas variações na linha de meio-campo, amparadas nas constantes trocas de posicionamento entre Tcheco e Souza, e entre Adilson e Túlio. Isso, na minha terra, chama-se "mão do treinador". Mérito de Autuori.
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