Aqui no blog Preleção a essência do debate é o planejamento tático. Que inclui fatores como sistema, estratégia, postura, metodologia de trabalho...mas exclui revanchismo clubístico. Portanto, a premissa deste post é o debate tático. Sem amores ou rancores favoráveis ou contrários à pessoa ou aos clubes que ele defendeu. Estou falando de Mano Menezes.
Mano Menezes apresenta um histórico recente favorável ao Inter. Em grandes decisões, em grandes jogos, ele adotou estratégias demasiadamente defensivas. E foi mal. Perdeu títulos dessa forma. Foi assim em 2007, com o Grêmio na Libertadores; e também foi assim ano passado, com o Corinthians na Copa do Brasil. Em ambas competições, apresentou suas equipes com duas posturas completamente diferentes - dentro de casa, agressiva e incisiva; fora de casa, recuada e passiva.
Não sei se Mano Menezes mudou. Se alterou suas convicções. Caso ele pense da mesma forma, o Inter pode levar vantagem na decisão da Copa do Brasil. Nesta hipótese, Mano Menezes recuaria sua equipe, planejaria táticas individuais mais defensivas para seus jogadores, e cederia campo ao Inter, abdicando da posse de bola. E o Inter, com posse de bola e campo para buscar espaços - dentro de casa, no ambiente caloroso proporcionado pela sua torcida - pode encontrar maneiras de igualar o placar adverso, quem sabe ultrapassá-lo.
O azar do treinador corintiano foi o sorteio. O Corinthians decide fora. Na Libertadores de 2007, o Grêmio se sustentou nas partidas derradeiras no Olímpico. O time ia muito mal fora de casa, mas se recuperava no abafa. No único dos confrontos decidido fora - contra o Santos - iniciou a partida com um atacante, sacou ele e meias substituídos por volantes e zagueiros, e chamou o Santos para o próprio campo. Quase foi eliminado. Na final, foi defensivo nas duas partidas, e perdeu o título para o Boca.
Ano passado, na Copa do Brasil, construiu o 3 a 1 no Pacaembu. Mas na Ilha do Retiro, novamente cedeu campo e posse de bola, levando 2 a 0 do Sport Recife. A grande questão é: Mano Menezes ainda pensa assim? O técnico do Corinthians ainda vê vantagem em recuar fora de casa, apostar no posicionamento defensivo e no "relógio a favor" para vencer?
Eu, sinceramente, não sei. No elenco do Corinthians, ele conta com duas belas saídas de contra-ataque - Dentinho e Jorge Henrique. Não haveria motivo para recuar. Para deixar o Inter jogar. Do contrário, adiantando a marcação da linha ofensiva, forçaria o Inter a apostar na ligação direta, facilitando a retomada da bola e a saída rápida pelos lados.
Mas se Mano Menezes fizer jus ao histórico recente - e estou, reitero, falando apenas da amostragem tática dele em grandes decisões - Mano pode sacar Dentinho e colocar um meia, ou um volante. Alguém, por exemplo, para marcar D'Alessandro individualmente, ou acompanhar Nilmar. E assim, perder capacidade de articulação, saída e posse de bola.
É uma incógnita. Só na quarta-feira saberemos se Mano Menezes modificou suas convicções táticas, ou se ainda é o técnico demasiadamente cauteloso das decisões perdidas.
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