Diagrama tático reproduz duas jogadas semelhantes que originaram gols sofridos pelo Inter na Copa do Brasil |
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A solidez defensiva do Inter, construída desde a consolidação do sistema tático com o meio-campo em losango e a defesa em linha tendo um lateral-base na direita, foi contestada duas vezes na Copa do Brasil. O Colorado sofreu dois gols, na mesma goleira, pelo mesmo setor, e da mesma forma, de Flamengo e Coritiba.
Acredito que Tite e a comissão técnica do Inter estejam trabalhando no diagnóstico sobre o que proporcionou ao Coxa e ao Mengão marcar dois gols absolutamente iguais (não a conclusão, mas a construção da jogada). Não apenas para identificar o que deu errado, como também - e principalmente - para evitar que isto se repita.
Como foram os gols: jogada em velocidade pela esquerda de defesa do Inter, com cruzamento rasteiro para trás. O Flamengo infiltrou-se do meio para a linha de fundo, com lançamento diagonal até Kleberson, que tocou para Emerson - e tinha ainda Obina como opção. Já o Coritiba contou com o apoio do ala Márcio Gabriel, desde a intermediária colorada, que cruzou para Marcos Aurélio - tendo ainda Ariel, também livre - como opção.
Notem no diagrama tático que reproduz as duas jogadas: a linha defensiva do Inter recua demais, e não há ninguém posicionado na grande área, exatamente onde se fixam os atacantes adversários. A impressão é de que a linha de defesa do Inter acompanha a mesma linha da bola, e como o jogador que fará a assistência leva a bola até a linha de fundo, consequentemente arrasta a zaga do Inter para a pequena área.
Meu diagnóstico para o problema principal: Sandro recuou demais. Notem novamente, na imagem que ilustra o post. Nas duas jogadas, Sandro é o jogador mais recuado da linha defensiva do Inter. Como em ambas o adversário avança às costas de Kleber, Alvaro sai para o lado na cobertura do lateral-esquerdo. E Sandro acaba se posicionando como zagueiro, na cobertura do camisa 4.
Este movimento sincronizado - Alvaro sai para o lado, cobrindo Kleber, e Sandro recua para compôr a linha de quatro jogadores na pequena área - abre um clarão na grande área do Inter. Flamengo e Coritiba tinham dois jogadores livres na marca do pênalti. Quem deveria estar ali? Para mim, Sandro é o jogador que deveria estar posicionado na marca do pênalti, ao mesmo tempo para pegar a segunda bola em um eventual rebote, e para evitar que atacantes se infiltrassem livres às costas dos apoiadores.
Na teoria, quem deve cobrir Kleber é o apoiador da esquerda - contra o Flamengo, Guiñazu; e contra o Coritiba, Andrezinho. Nas duas jogadas, entretanto, isso não aconteceu. No primeiro, Guiñazu está adiantado, marcando Ibson, que lança Kleberson; e no segundo, Andrezinho tenta fazer a cobertura, mas é batido em velocidade por Márcio Gabriel. Alvaro se viu obrigado a sair para o bote, sem sucesso. E também nas duas jogadas Sandro - não sei se por iniciativa, ou por orientação do treinador - recuou demais, abrindo o espaço fatal onde os atacantes encontraram facilidade para marcar.
Velocidade às costas do Kleber com recuo demasiado de Sandro, possibilitando ao adversário se posicionar com liberdade na grande área: foi este o mesmo problema apresentado pelo Inter nos dois gols sofridos pela Copa do Brasil. Tite deve estar atento, se realmente for este o diagnóstico.
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