O Estudiantes joga no 4-4-2 com meio-campo quase alinhado, sistema muito utilizado por equipes argentinas, e até mesmo por Maradona na seleção do país vizinho |
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O Estudiantes que venceu o Libertad por 3 a 0 pelas oitavas-definal da Copa Libertadores não é o mesmo time que perdeu para o Inter o título da Sul-Americana de 2008. Poucos meses depois, como outro treinador, a equipe de La Plata mudou bastante. E para melhor.
Ao invés do meio-campo em losango do ex-técnico Astrada, agora o Estudiantes joga no 4-4-2 bastante difundido na Argentina, com o meio praticamente alinhado. No Apertura do ano passado, o San Lorenzo de Barrientos se destacou dessa forma, e até mesmo Maradona iniciou sua gestão na seleção com o 4-4-2 "à argentina".
Na escalação, o técnico Alejandro Sabella fez cinco alterações. Saem o zagueiro Alayes, o lateral-esquerdo Díaz, os meias Galván e Sanchez, e o atacante Salgueiro, para entrar - respectivamente - Cellay, Ré, Braña, Pérez e Gastón Fernández. Entre os novos titulares, dois de grande destaque - o volante Braña e o atacante "La Gata" Fernández, camisa 10 do time de La Plata.
No meio-campo quase alinhado, o Estudiantes tem como extremos Pérez pela direita, e Benítez na esquerda. Sem a bola, ambos compactam a marcação, e com a bola têm duas alternativas de movimento: ou o apoio aos laterais - Pérez com Angeleri, Benítez com Ré - ou as diagonais em busca dos atacantes. Braña, um peleador incansável, é quem dá sustentação ao setor, cobrindo os dois lados e exercendo uma excelente marcação combinando posicionamento, visão periférica, antecipação e muita raça.
Do losango de Astrada para a linha à argentina, Verón foi recuado. E nem por isso se tornou um marcador, ou um volante. Ele atua em uma restrita faixa de campo que vai da intermediária de defesa, à intermediária de ataque (*área em vermelho no diagrama tático que ilustra o post). A função de La Brujita é organizar a saída de jogo. Verón se movimenta menos que os companheiros, mas faz a bola andar, e principalmente, faz os companheiros ocuparem espaços sem marcação. E quando o adversário permite, Verón passa da linha dos extremos para tabelar na entrada da área, onde se torna um jogador quase terminal.
Na frente, Boselli continua destoando - embora tenha feito dois gols, um deles em um pênalti inexistente assinalado pelo trio brasileiro comandado por Carlos Simon (após a marcação, a câmera flagra Angeleri gargalhando e fazendo sinal de positivo para o reservado, como quem pergunta "fui bem na encenação?"). Reserva ano passado, quem se destaca no ataque é Gastón Fernández.
O camisa 10 é rápido e habilidoso, movimenta-se da direita para a esquerda, e busca sempre estar alinhado com os zagueiros para se infiltrar às costas da defesa. Marcou um gol aos 28 segundos de jogo desta forma, e criou todas as boas oportunidades da equipe. Fernández proporciona uma combinação ofensiva perfeita com Verón, que gosta de fazer lançamentos verticais pelo chão. Fernández cria os espaços e se desmarca, Verón o encontra e o aciona.
Mesmo com os erros de arbitragem, e com o gol relâmpago, não esperava tanto assim do Estudiantes, contra o bom time do Libertad. Com o 3 a 0, o time de La Plata se habilita para esperar por Boca Juniors ou Defensor em uma quarta-de-final que promete parar a Argentina, caso o time de Palermo confirme o favoritismo. Desta chave, sai o adversário de Palmeiras-Sport-Nacional-San Luís nas semifinais.
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