No diagrama tático do post - imagem congelada da partida - nota-se claramente as duas linhas de quatro do San Martín |
Ontem à noite assisti ao jogo River Plate 3 x 0 San Martín, na Argentina - partida que definiu o time peruano, derrotado no Monumental de Nuñez, como o próximo adversário do Grêmio na Copa Libertadores 2009. Eu já tinha acompanhado uma partida do San Martín jogando em casa contra o Nacional, mas sem me concentrar na análise da equipe.
E o San Martín joga no sistema tático mais fácil de se reconhecer: o 4-4-2 em duas linhas de quatro jogadores. Pelo menos, assim enfrentou o River Plate ontem. Pode ter sido uma estratégia para jogo fora de casa, ou então é o sistema preferencial do treinador. Mas não é um 4-4-2 britânico legítimo.
Apesar das duas linhas de jogadores, e do sistema de marcação por zona, falta a figura daquele meia-extremo que atua ofensivamente pelos lados, chamado na Inglaterra de winger. Os jogadores que atuam nas asas da linha de meio-campo do San Martín - Fernández pela esquerda, e Pedro García na direita - apoiam apenas pelas laterais, sem arriscar diagonais em direção à área. Senti falta deste movimento mais incisivo dos meias-extremos do San Martín.
A figura que centraliza a organização é Carrillo, que se posiciona como meia-central pelo lado esquerdo. Os companheiros sempre o procuram, e é ele quem cobra faltas ou participa dos lances de perigo.
Na frente, a referência é o "forte" Arzuaga, camisa 9. Utilizei o adjetivo "forte", mas na verdade, ele está acima do peso. Mas utiliza o corpanzil preferindo as jogadas de contato. É um trombador. Seu companheiro é Ludueña, que no site do time é tido como meia, mas atua avançado desfilando pelos dois lados do campo.
DEFEITOS: A imagem congelada do post já demonstra alguns problemas do San Martín - capturei da transmissão da Sportv. Notem que o lateral-direito Salas está desatento, com um jogador às costas. Entre ele e o central-direito Hinostroza o River conta com outro jogador totalmente livre. E lá na esquerda, Guizasola dá espaço demais a um terceiro jogador argentino. Ou seja: apesar da marcação a meia-pressão por zona, as duas linhas não são compactas, e os peruanos dão muito espaço às costas de ambas.
Mas o principal problema do San Martín é a (falta de) qualidade técnica de alguns jogadores. Os dois zagueiros - Ramos e Reyes - são lentos e tiveram atuações abaixo da crítica. Não há nenhum destaque individual, apesar de todo o esforço coletivo.
Outro defeito que pude perceber é a falta de alternativas com a bola - um problema de estratégia, a cargo do treinador. Os laterais - como em todo 4-4-2 em duas linhas - sobem pouco. Mas isso se dá também porque os meias-extremos ficam muito pelos lados, bloqueando a passagem dos laterais. Não há variações de jogadas. O time avança trocando passes e subindo a linha de meio-campo, na aproximação com os dois atacantes.
ALERTA: Ainda assim, vale lembrar ao Grêmio. Em casa, o time peruano pressiona muito. Mesmo sem muita torcida - é uma equipe nova, criada há cinco anos - o San Martín avança as linhas e joga muito na área com Arzuaga. O bom time do Nacional do Uruguai passou trabalho para empatar no Peru, e quase não conseguiu sair da sua área.
Se me permitem uma sugestão: mesmo no Peru, o Grêmio tem que propor o jogo. Manter a posse de bola e adiantar-se. Não pode convidar o San Martín para jogar no seu campo e pensar apenas em especular contra-ataques. Seria umaestratégia arriscada. O melhor é forçar a dupla de zaga e a marcação desatenta do San Martín para retornar com um pé nas quartas - onde pegaria Cuenca ou Caracas.
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