Diagrama tático do Villarreal demonstra que a equipe atua no 4-4-2 em quadrado no meio-campo, com apoio preferencial pela esquerda, e ataque centralizado na entrada da área. |
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Apesar do bom retrospecto recente na Espanha, é inegável que o Villarreal é a zebra da Liga dos Campeões da Europa - destoando em uma turma que conta com os ingleses Manchester United, Chelsea, Arsenal e Liverpool, com o compatriota Barcelona, com o alemão Bayern de Munique, e com o português Porto - outro time que, apesar de tradicional, parece deslocado nesta convivência de alto nível.
Mas, mesmo sendo uma zebra, o Villarreal não deve surpreender nenhum adversário. Pelo menos não taticamente. A equipe espanhola joga em um ortodoxo 4-4-2 com meio-campo em quadrado, e tem uma mecânica de jogo bastante tradicional, sem nenhuma ousadia tática ou estratégia inovadora.
O Villarreal tem como principal virtude o apoio pelo lado esquerdo. Por ali, a equipe concentra praticamente a metade de sua articulação durante um jogo, conforme estatísticas da ESPN. Neste setor, reúnem-se o lateral-apoiador Capdevila, e o meia Ibagaza.
Como em todo 4-4-2 convencional, se um lado é ofensivo, o outro é o contrapseo defensivo. Na direita o lateral López apoia menos, deixando a equipe um pouco previsível - é notório que a maioria das trocas de passes vai terminar na esquerda, com Capdevila e Ibagaza.
No meio-campo, se mantém outra tradição do 4-4-2 em quadrado: dois volantes alinhados guarnecem a defesa. Marcos Senna cobre o lado direito, e Eguren o esquerdo. À frente deles, atuam os dois articuladores - o já citado Ibagaza, e Cazorla, também mais contido, a exemplo do lateral López, pela direita.
O ataque do Villarreal atua de maneira bastante centralizada. Rossi e Llorente (ou Nihat) são jogadores que se posicionam quase sobrepostos, na meia-lua. Ambos saem pouco para os lados, e preferem receber a bola ali na entrada da área, para concluir e tabelar.
Não sei se o Villarreal trará alguma surpresa tática ainda não apresentada nas fases anteriores da Liga dos Campeões. Mas ser um time ortodoxo não é demérito, pelo contrário. No feijão-com-arroz, proporcionado pelo 4-4-2 em quadrado, o time espanhol chega às quartas-de-final da principal competição de clubes do mundo. E pela frente terá adversários com sistemas táticos e estratégias também consolidados, e portanto, previsíveis.
Talvez seja este o principal problema do Villarreal: em confrontos de sistemas táticos e estratégias convencionais, sem novidades, geralmente - não é uma regra, mas sim uma tendência natural e lógica - destaca-se a equipe que possui jogadores de técnica diferenciada. Como se diz na Inglaterra, quem tem o "striker", o jogador que decide em um lance. Perfil que está em falta no grupo amarelo desde a saída do uruguaio Forlán, que apesar de não ser um fora de série, é um centroavante de velocidade e oportunismo de primeira linha.
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