A Sampdoria joga no 3-5-2, recuada, com estratégia defensiva e centralização das jogadas. A saída é o contra-ataque rápido com Cassano e Pazzini. |
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Nenhuma equipe causou tanto impacto no noticiário esportivo italiano desta semana quanto a Sampdoria. A equipe bateu no final de semana o Milan, por 2 a 1 - pelo Campeonato Italiano - e ontem passou pela Inter por 3 a 0, na semifinal da Copa da Itália.
E a equipe se ampara em um sistema tático que se tornou pouquíssimo habitual, logo no país onde nasceu: o 3-5-2. Depois de se tornar quase uma regra na década de 80, o 3-5-2 foi sendo esquecido na década passada até se tornar uma grande raridade na Itália - onde foi criado e desenvolvido a partir dos conceitos de líbero e ala.
A Sampdoria contraria não somente a tendência do futebol italiano, como também o passado deste sistema. O time de Gênova não utiliza o líbero. E pouco explora o apoio dos alas. A equipe joga em um 3-5-2 à brasileira, com três zagueiros.
A saída é pelo lado direito, a exemplo do que fazia Muricy Ramalho com Breno no São Paulo, e do que Celso Roth aplicou muito ano passado com Léo no Grêmio. O zagueiro Raggi auxilia o ala Stankevicius no apoio pela direita. Ainda assim, este lado é pouco acionado do meio para trás, porque o atacante Cassano joga aberto no setor.
Cassano, na verdade, recebe liberdade total e proteção de Raggi e Stankevicius. O ala-apoiador joga na esquerda - Pieri - e também pouco acionado.
O grande forte da Sampdoria é a centralização. Cassano atua em diagonais incisivas, da direita para o meio, aproximando-se de Pazzini. São dois jogadores que aliam diversas virtudes: velocidade, ocupação inteligente de espaços, utilização do corpo e preferência pela bola no chão. Assim, a dupla Cassano-Pazzini combina tabelas rápidas, procura jogar nas costas dos zagueiros e volantes, e não tem vergonha de concluir a gol.
Ambos são assessorados pelo meia Palombo, o cérebro do time, que joga à frente de dois volantes, organizando as jogadas. Ele também é o cobrador de faltas e escanteios. Com bola rolando, aproxima-se de Cassano e Pazzini.
Com alas recuados, três zagueiros fixos, e dois volantes, a estratégia da Sampdoria dentro do sistema tático 3-5-2 é o contra-ataque. A equipe se fecha, bloqueando a frente da área com os volantes, e os lados com os alas, saindo rapidamente para os contra-ataques com Cassano, Pazzini e Palombo. No Campeonato Italiano, não deu certo - o time é apenas o 14º.
Mas no estilo de campeonato "mata-mata", como a Copa da Itália, e em enfrentamentos contra os grandes - equipes que assumem a responsabilidade de jogar e atacar, como Milan e Inter - funcionou. Também assisti à Sampdoria em um empate contra a Juventus, em Turim, e tudo se desenhou desta forma: estratégia defensiva, posicionamento demasiadamente recuado, e saída rápida.
Alguma semelhança com os 3-5-2's brasileiros? O detalhe, a favor do técnico da Sampdoria, é manter a escalação de dois atacantes rápidos, que são o desafogo na hora do contra-ataque.
Há algumas semanas analisei aqui no Preleção outra equipe italiana que atua no 3-5-2: o Napoli. Quem quiser conferir, clica aqui.
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