Diagrama tático da partida apresenta o Brasil no 4-4-2, com sincronia de movimentos entre Robinho e Ronaldinho; e Itália no 4-5-1, com wingers bem abertos - algo raro na Azzurra |
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O Brasil foi muito bem hoje na vitória sobre a Itália por 2 a 0. Sem Kaká, Dunga alterou um pouco a estratégia utilizada nas últimas partidas, quando adotou um 4-5-1 tendo no jogador do Milan uma figura centralizada na articulação.
Hoje o Brasil jogou no 4-4-2. E a estratégia de Dunga na articulação foi bastante interessante, e convincente. O técnico do Brasil promoveu uma sincronia de movimentos entre Robinho e Ronaldinho Gaúcho, pelo lado esquerdo: quando um entrava pelo meio, na articulação, o outro se aproximava de Adriano, no ataque.
Para compensar, pela direita Dunga liberou Elano para apoiar mais, priorizando as diagonais do lado para o meio - assim nasceu o 1º gol. E Maicon foi um lateral com maior presença na frente, em comparação com Marcelo. Todos protegidos por Gilberto Silva e Felipe Melo - jogador que estreou com competência na marcação.
O dilema que se apresenta é o seguinte: Ronaldinho Gaúcho teve boa atuação em função da ausência de Kaká? Afinal, sem o articulador rossonero ele pôde participar desta dobradinha com Robinho pela esquerda. Porque se Kaká estivesse em campo, seria centralizado na articulação, e não haveria esta sincronia com inversões de posição. Este jogo me deixou convicto de que Ronaldinho e Kaká disputam posição na Seleção Brasileira. E pelo histórico recente, Kaká é titular. Ainda assim, é bom destacar que Ronaldinho Gaúcho foi muito bem na partida de hoje.
A Itália foi escalada no 4-5-1, com dois volantes alinhados (Pirlo e De Rossi), um meio-campista centralizado à frente deles (Montolivo), e dois wingers bem abertos pelos lados: Pepe e Di Natale. É uma estratégia incomum em clubes italianos pelo posicionamento dos meias, jogando no maior estilo britânico. Não deu certo. Fracos na marcação e demasiadamente abertos, Pepe e Di Natale deixaram a Itália com apenas três jogadores no meio-campo, setor que foi totalmente dominado pelo Brasil.
No 2º tempo, Lippi mexeu bastante na Itália. Tentou povoar mais o setor perdido no 1º tempo, com as entradas de Perrota, Camoranesi e Aquilani. A Azzurra até ensaiou uma pressão, com a presença forte de Luca Toni. Mas quando exigido, o goleiro Júlio César levou vantagem.
O Brasil optou por jogar no contra-ataque na etapa final. Mas aí Dunga cometeu seu único equívoco de avaliação, acredito. Alexandre Pato entrou apenas aos 35min. A Seleção passou mais de meia-hora tentando puxar contra-ataques tendo Adriano, um jogador de pouca velocidade, à frente. Acabaram se sacrificando o próprio Brasil, e também o jogador, que acabou aparecendo pouco na partida. Com Pato, haveria um trio de velocistas - ele, mais Ronaldinho e Robinho. Uma formação mais adequada à estratégia escolhida.
Agora, o Brasil tem jogos importantes pelas Eliminatórias, no dia 29 de março contra o Equador - fora de casa - e dia 1º de abril contra o Peru, no Beira-Rio, celebrando o centenário do Inter. Até lá, muito debate deve envolver os nomes de Ronaldinho Gaúcho e Kaká, com a busca de uma resposta para as três alternativas: Kaká, Ronaldinho, ou ambos? Apesar da boa atuação de hoje, repito, Kaká segue na frente desta disputa.
E Dunga, pelas boas escolhas de sistema tático e de estratégia, é o maior vencedor deste amistoso contra a Itália.
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