Diagrama tático do Brasil de Pelotas - no 1º tempo, o 4-4-2 com meio-campo em losango. E no 2º tempo, uma troca de jogador, mas seis mudanças de posicionamento alteram o sistema para o 3-6-1. |
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Claudio Duarte assumiu o Brasil de Pelotas e encontrou o seguinte cenário: jogadores feridos em função do acidente de ônibus sofrido no dia 15 de janeiro; grupo desfalcado; jovens reforços chegando; pouco tempo para treinar; realização de coletivos prejudicada pela enchente na cidade; e um calendário prevendo oito jogos em 16 dias. Uma verdadeira loucura.
Mas na estreia Xavante no Gauchão 2009, terça-feira, no empate em 3 a 3 com o Santa Cruz, a equipe demonstrou boas alternativas táticas e duas variações importantes. Fato que comprova a competência de Claudião como treinador, mas acima de tudo sua capacidade de facilitar as coisas. De fazer o simples.
Com um grupo sem preparo físico no mesmo nível dos adversários, e desentrosado pela falta de treinos coletivos, Claudio Duarte priorizou o posicionamento defensivo da equipe. É mais fácil - e mais lógico - iniciar pelo combate, e depois de aprimorada esta estratégia, intensificar variações de jogadas articuladas com a posse de bola.
E para ter sucesso nesta estratégia, Claudião escolheu para a formação titular um grande número de jogadores versáteis. Atletas capazes de compreender mais de uma tática individual, o que permite ao técnico apresentar variações táticas sem recorrer ao banco de reservas. E assim, contra o Santa Cruz, o Brasil de Pelotas atuou de duas maneiras bastante distintas, na comparação entre 1º e 2º tempos.
O Xavante estreou no sistema tático 4-4-2, com meio-campo em losango. O desenho é bastante parecido com o que fazia o Inter de Abel Braga, ou o atual da Inter de Milão do Mourinho. Três titulares escalados são polivalentes: o lateral-direito Carlão também joga como zagueiro; e os volantes da segunda linha - Adriano Sella e Edenilso - atuam ainda como laterais. A estratégia foi esta: linha defensiva de quatro jogadores, um volante centralizado, dois volantes lateralizados uma linha à frente, um articulador centralizado e dois atacantes de velocidade.
No 2º tempo, Claudião iniciou com apenas uma alteração: entrou o articulador Jorge Mutt no lugar do atacante Lyndson. Mas o sistema tático e a estratégia apresentaram um repertório muito maior de mudanças, saindo do 4-4-2 para o 3-6-1: Carlão passou da lateral para a defesa; Pereira se tornou líbero; Adriano Sella foi deslocado do meio para a ala-direita; o volante centralizado (Picon) e o volante pela esquerda (Edenilso) foram alinhados; e Magno assumiu o lado direito da articulação, tendo a companhia de Jorge Mutt pela direita. Seis jogadores trocaram de função e/ou de posicionamento.
As outras duas trocas realizadas (Vinicius no lugar de Alex Martins, e Giovane por Arghus) aconteceram em função do mais absoluto cansaço dos jogadores. Talvez, em condições físicas ideais, Claudião optasse por mais variações táticas lançando mão de substituições diferentes das realizadas pela exaustão dos atletas.
Obviamente, o time apresentou melhor desempenho na ocupação de espaços defensivos do que na articulação. Claudião simplificou, e priorizou o mais fácil: bloquear. Como a articulação não prescinde de treino e entrosamento, houve problemas - principalmente com os dois atacantes. Faltaram tabelas, passagens e jogadas organizadas que só poderão aparecer a partir do momento em que o time tiver tempo para testar cada movimento ofensivo.
A atuação - exposto o cenário do primeiro parágrafo - com alternativas táticas e posicionamento organizado, surpreendeu positivamente.
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