Manchester City tem no meio-campo um volante centralizado, protegendo dois meias que defendem e atacam, um winger pela direita, e Robinho mais adiantado, aberto à esquerda. |
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Nada melhor para um clube britânico do que investir em jogadores adaptados ao sistema de jogo mais tradicional do país. Talvez tenha sido este o pecado original do Manchester City desde a temporada passada: os dólares que sobram foram pulverizados em muitas contratações sem critério.
Mas em janeiro a diretoria se redimiu, apresentando três jogadores: o lateral-esquerdo Bridge; o volante De Jong; e o centroavante Bellamy. Bridge, que estava no Chelsea, é um dos mais ortodoxos laterais-esquerdos do país. Praticamente não é visto no campo adversário, rigidamente posicionado na linha defensiva de quatro jogadores.
Essa proteção garantida pela presença de Bridge proporciona, por exemplo, cobertura para que o Manchester City se articule no setor esquerdo. Segurança reforçada pela presença de De Jong, um volantão centralizado que se adapta muito bem às táticas individuais de combate e cobertura à frente da própria área.
Mas o melhor reforço - não digo tecnicamente - desta última janela de transferências é Bellamy. Ele estreou ontem contra o Newcastle, e já marcou o gol da vitória de 2 a 1. O galês, que estava no West Ham, é um típico centroavante britânico, com todas as suas virtudes (e defeitos também): imposição física, aproximação com wingers, conclusão de cabeça e potência no chute à distância. Bellamy não é um astro, mas é competente para um time de médio porte - mesmo que este clube ambicione ser grande.
O City de Mark Hughes atua em um sistema 4-4-2 (ou 4-1-3-2) com variação para 4-1-4-1. É a movimentação de Robinho a responsável por esta dupla alternativa tática. O camisa 10 se posiciona aberto pela esquerda, ocupando a faixa inexplorada e protegida por Bridge, ora alinhando-se, ora adiantando-se em comparação ao meio-campo. Na maior parte das vezes ele é um atacante que joga na diagonal (definindo o 4-4-2), mas também pode ser um winger aberto na esquerda (voltando ao 4-1-4-1).
A defesa joga na linha de quatro; De Jong é o "número um" da proteção, volante centralizado entre as duas linhas; no meio-campo, Ireland e Zabaleta são os meias centralizados, com bastante atribuição defensiva, mas boa chegada na frente; o rápido Wright-Phillips é o winger pela direita; Robinho está na esquerda, adiantado em comparação com a linha de três no meio-campo, procurando o pivô Bellamy nas diagonais.
Contra o Newcastle, o City teve quase 60% de posse de bola. A maior parte das oportunidades de gol foi criada em trocas de passes. O City teve paciência para girar o jogo, trocando passes na linha de meio-campo, enquanto seus meias e wingers se aproximavam de Bellamy. E o galês comprovou sua utilidade marcando o gol da vitória (Phillips fez o primeiro).
Se Hughes quer evoluir na tabela - o City está apenas em 9º na Premiere League - é mais fácil obter sucesso com esta formação, do que retroceder com Jô e Elano, por exemplo.
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