Diagrama tático reproduz duas alternativas para os problemas apresentados pelo Inter desde a saída de Edinho do time |
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Hoje o Rio Grande do Sul assiste a duas situações completamente diferentes apresentadas pelos treinadores da dupla Gre-Nal. Enquanto no rival Celso Roth aproveita o início de temporada para testar variações táticas, no Inter o técnico Tite evita utilizar o Gauchão como laboratório.
Uma das heranças de 2008 mais comemoradas no Inter aqui no blog Preleção foi a permanência de uma base tática. Tite obteve sucesso com o 4-5-1, disposto com uma linha de quatro jogadores na defesa; um losango no meio-campo - três volantes mais o meia D'Alessandro; e Alex de meia-atacante, aproximando-se de Nilmar em diagonal da direita para o meio. Na teoria, não há nada melhor do que isso: aliar uma convicção tática vitoriosa à manutenção de quase todo o elenco - que ainda recebeu reforços qualificados.
Mas o Inter chega a 2009 com um problema: não tem nenhuma variação tática pronta, definida, e testada. Tite poderia utilizar o Gauchão, principalmente neste início, para catequizar os atletas em outro sistema, proporcionando ao grupo condições de alterar a estratégia e o esquema dependendo da circunstância de cada partida. Esta rigidez tática já trouxe problemas nas duas primeiras partidas do ano - contra Santa Cruz e São José.
Sem o volante Edinho, pensava-se que Tite ao menos testaria o Inter no 4-4-2, alinhando Magrão e Guiñazu como volantes, mantendo D'Alessandro e Alex próximos na articulação, e definindo um companheiro para Nilmar na frente enquanto Alecsandro não tem condições de jogo. Nada disso aconteceu. O técnico do Inter está obstinado em apenas trocar Edinho por outro volante - Paulinho e Maycon, que estão guardando o lugar de Sandro.
O resultado deste 4-5-1 com a permanência dos três volantes, contra equipes defensivamente mais fechadas, é a lentidão. Nilmar sucumbe em meio a zagueirões, o time não tem profundidade pelos lados (na linha de quatro os laterais apoiam pouco) e o meio-campo carece de criatividade, resumindo a articulação a trocas de passes laterais e pouca movimentação.
Vejo duas alternativas táticas imediatas - podem existir outras, é claro - para o Inter. Ambas estão descritas no diagrama tático (figura) do post. A primeira, mantendo a convicção de Tite para o 4-5-1 com linha de quatro e meio-campo em losango, seria o recuo de Guiñazu para o vértice central (onde estava Edinho) e a entrada de Taison no setor. O meia poderia revitalizar o lado esquerdo, sendo protegido por Guiñazu, enquanto Magrão evitaria passar da linha da bola simultaneamente, permanecendo na cobertura de Alex.
A segunda alternativa é a adoção do 4-4-2 à brasileira, com dois volantes, dois meias, dois atacantes e um lateral apoiador. Antes que se insurjam os defensivistas, já adianto que este sistema tático não tem nada de "faceiro". Ele também não retiraria de Guiñazu nem de Magrão suas virtudes ofensivas. Bastaria a Tite definir como estratégia o alinhamento da dupla. Não há primeiro ou segundo volante. Ambos são simplesmente meio-campistas marcadores. Quando um passa, o outro centraliza. Nada de mágico, revolucionário ou inovador. É o mais puro feijão-com-arroz do 4-4-2 brasileiro.
Na articulação, D'Alessandro poderia permanecer centralizado, abrindo o lado esquerdo para as subidas de Kléber (ou Marcelo Cordeiro). Bolívar seria o lateral vocacionado a fechar defensivamente quando o time está sem a posse de bola. Alex manteria o posicionamento mais à direita, como um ponta-de-lança. E Nilmar enfim teria a parceria na frente, seja com Alecsandro ou com outro jogador.
Início de temporada, Gauchão ainda engrenando, reforços chegando, elenco consolidado. Este é o momento certo para Tite testar alternativas táticas no Inter. Mesmo com sucesso, nenhum esquema ou estratégia pode engessar a equipe. Ainda que o 4-5-1 seja mantido, com a predileção da figura do volante central, o Inter precisa de alternativas. Não há hora melhor para testes do que agora.
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