Maxi López joga em todas as funções, pelo lado ou de referência, mas sempre como um atacante de imposição, não como um centroavante |
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Desde que a diretoria do Grêmio confirmou a intenção de contratar o atacante argentino Maxi López, começaram os debates sobre a posição preferencial do jogador. Seria ele um centroavante, ou um segundo atacante? Resgatei na memória suas atuações - principalmente no Barcelona - assisti a vídeos dele também no Mallorca e no Moscou, e cheguei a uma conclusão: nem segundo atacante, nem centroavante. Maxi López é atacante, sem rótulos. Adapta-se às mais variadas funções ofensivas, desde que esteja dentro da área.
Em sua carreira, o jogador argentino já atuou em todas as posições disponíveis no ataque. No River Plate, por exemplo, fez dupla com o Cavenaghi - este sim um centroavante nato. No Mallorca, em um 4-5-1, foi camisa 9 de posicionamento centralizado, cumprindo função do pivô, de costas para o gol. E no Barcelona costumava substituir Giuly pelo lado direito.
Qualquer que seja seu posicionamento, portanto - mais centralizado, pelo lado, de costas ou com espaço para avançar de frente - há uma certeza sobre Maxi López: ele gosta de jogar dentro da área. Mesmo quando escalado em parceria com outros atacantes (Eto'o no Barça, Cavenaghi no River) o "Alemão", como é conhecido, preferencialmente se movimenta na direção da grande área, permanecendo na altura da segunda trave, independentemente do lado.
Isso se justifica pelo estilo de jogo do Maxi López: ele é um típico trombador. Tem mais de um metro e noventa, e quase noventa quilos. O atacante argentino gosta - e faz questão - de atuar em contato físico com zagueiros. Com bola no chão ou em jogadas aéreas, seu grande trunfo é o uso do corpo para deslocar marcadores e abrir espaços. Outro trunfo de Maxi é a potência no chute. E esse estilo de jogo, motivado pela vantagem no porte físico, tira dele velocidade e arranque imediato.
Talvez por isso ele prefira ficar na área. Seja escalado como atacante de aproximação, ou como centroavante, Maxi López aposta sempre em jogadas curtas: trombada e conclusão; disputa de corpo e chute forte. Sem dribles longos, arrancadas em velocidade ou assistências geniais. Por isso, acredito que Maxi López pode ser companheiro de qualquer um - Herrera, Alex Mineiro, Reinaldo, Jonas... - porque seu estilo não muda muito nas diferentes táticas individuais que desempenha.
Uma coisa que preocupa - e agora o assunto não é tático, mas sim técnico - é o acabamento das jogadas. Maxi López tem imposição física e força, muita raça e empenho, mas invariavelmente conclui mal. Não é raro vê-lo chutar longe do gol, ou cabecear desviado, ou cometer muitas faltas de ataque. Ele é um trombador que aparenta alguma atabalhoação. Posso estar enganado, mas seu histórico e as suas apresentações mais recentes não dão a Maxi López favoritismo na disputa pela titularidade no Grêmio. Ainda mais por US$ 100 mil mensais.
Em todo caso, que ele tenha sorte no Grêmio. Afinal, este seu estilo de jogadas curtas dentro da área - associando imposição física e chute forte - pode ser um recurso importante para o Grêmio, principalmente na Libertadores. Somente vendo ele jogar poderemos ver se estas boas perspectivas táticas, mas ao mesmo tempo más perspectivas técnicas, serão confirmadas ou desmentidas.
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