Milan joga no 4-4-2, com três volantes - Beckham foi o marcador pela direita |
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O amistoso de hoje entre Milan e Hamburgo, em Dubai, confirmou uma tendência dupla que já se projetava aqui mesmo no blog Preleção: Beckham é um segundo volante; e o Ancelotti não demonstra qualquer intenção de mudar a maneira da equipe italiana jogar.
Semana passada debatemos sobre a possibilidade de Beckham assumir o lado direito do triângulo de volantes rossoneros. Dessa forma, ele se tornaria um jogador com predominância defensiva, posicionamento, e atribuições de articulação pelos lados - junto com Zambrota e a companhia de um dos atacantes.
Esta escolha permitiria que Carlo Ancelotti mantivesse o 4-4-2 do Milan, com meio-campo formado por um trio de volantes (hoje foi Pirlo centralizado, Beckham à direita e Ambrosini à esquerda) amparando um meia-atacante de ligação, legítimo ponta de lança (hoje foi Ronaldinho Gaúcho), com a dupla de atacantes à frente (Pato e Schevchenko). Atrás, o treinador escalou a linha defensiva com Zambrota, Maldini, Kaladze e Jankulovski. As previsões táticas se confirmaram.
O Milan foi, como de costume, um time bastante burocrático e previsível. Não pela presença de Beckham, que jogou apenas 45 minutos. Mas pela sua própria estrutura tática. Ancelotti adota como estratégia preferencial o contra-ataque. O Milan se posiciona com sete jogadores atrás da linha da bola (a defesa mais os volantes), cedendo a posse ao adversário, e tentando sair rapidamente quando recupera.
Mas esta estratégia tem como principal problema a distância entre a linha de volantes e o meia-atacante. Algo que se agravou hoje com o estático Ronaldinho Gaúcho. Há muito campo a se percorrer do desarme à armação do contra-ataque. Quando Kaká atua nesta função - empurrando Ronaldinho para a dupla de ataque - o meia ex-São Paulo se movimenta, recuando para receber a bola dos volantes, e partindo em velocidade para entregá-la aos atacantes. Hoje Ronaldinho não cumpriu esta função, e o Milan perdeu ainda mais posse de bola.
No segundo tempo, Ancelotti confirmou que este é o sistema tático (o 4-4-2 com três volantes), e esta é a estratégia (contra-ataque): trocou jogadores sem alterar a estrutura. Na etapa final, o Milan se posicionou com Ambrosini centralizado, Flamini pela esquerda e Emerson pela direita - na formação dos três volantes - tendo ainda Ronaldinho na ligação, mais Inzaghi e Schevchenko. O jogo terminou 1 a 1, com gol de pênalti inexistente para o Milan, e muita sonolência.
BECKHAM: Especificamente sobre o meio-campista inglês, hoje mais segundo volante do que nunca, ele ficou restrito demais à marcação. O camisa 32 demonstrou boa capacidade física para perseguir os adversários, combater, dar carrinhos e roubar bolas. Mas não ousou - não sei se por orientação ou por temer a estreia - se aproximar do ataque. Apenas bloqueou o lado e protegeu Zambrota.
HAMBURGO: O Hamburgo joga no 4-1-4-1. Defesa e meio campo distribuídos em rígidas linhas de quatro, com um volante entre elas, e apenas um atacante de referência na frente. Começou o jogo para marcar, mas vendo o Milan também atuando com o contra-ataque em mente, tentou manter a posse de bola, sem objetividade. É um time bastante comum e sem brilho.
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