Simulação de 3-5-2 para o Grêmio em 2009 conta com algumas indefinições na escalação, e outras no planejamento tático |
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Assim que os primeiros reforços do Grêmio foram confirmados, publiquei aqui no Preleção uma projeção de time, sugerindo o sistema tático 4-4-2, com variação para as duas linhas de quatro jogadores. A proposta dividiu opiniões, com defensores e entusiastas de um lado, e críticos de outro. Quem não gostou do 4-4-2 disse que o time estava "faceiro demais", o que motivou um novo debate no blog, sobre conceitos de marcação e sobre as diferenças entre as culturas táticas brasileira e britânica. Mas leitores das duas correntes de pensamento pediram uma simulação de 3-5-2 para o Grêmio em 2009.
Hoje, cumpro a promessa propondo a análise tática do Grêmio com a manutenção do sistema que Celso Roth organizou, levando a equipe ao vice-campeonato do Brasileirão. De início, proponho separar as observações sobre escalação e esquema. Na escalação, o Grêmio enfrenta cinco indefinições, a maioria provocada pelas negociações em andamento:
1) Na defesa, Léo fica ou será negociado? Se ficar, é titular, fechando o trio provável com Rafael Marques e Réver. Se for embora, o Grêmio terá de contar com o imprevisível Fábio Ferreira, ou com algum dos jovens (Thiego, Wágner, Heverton) no setor.
2) Na ala-direita, mais uma vez as negociações se impõem. Felipe Mattioni fica ou vai embora? Se ficar, é titular (para mim, não sei se o Roth pensa o mesmo). Se for embora, a posição é do recém-contratado Ruy.
3) Diogo será volante titular ou Willian Magrão herda a posição de Rafael Carioca, sendo fixado à frente da área?
4) Souza e Tcheco vão jogar juntos no meio-campo?
5) Quem será o companheiro de Alex Mineiro no ataque? A busca incessante por um atacante de exceção comprova que a diretoria e a comissão técnica não estão plenamente contentes com as alternativas do elenco - Perea, Morales e Reinaldo. A ideia é confirmar o reforço até o dia 08 de janeiro. Quem será? Ou melhor: ele vem mesmo?
As outras indefinições são táticas, e estão no mesmo setor - o meio-campo. Para mim, estas interrogações envolvem as três funções centralizadas, e as duas alas. Elas não foram bem resolvidas em 2008, causando problemas na mecânica de jogo do Grêmio. É preciso que Celso Roth encontre as soluções, novamente de acordo com as virtudes dos jogadores que estão no grupo. São estas as indefinições táticas:
1) ESTRATÉGIA DE MEIO-CAMPO: Em 2008 o Grêmio jogou com dois volantes e um meia. É possível transformar este desenho, passando para um volante e dois meias. Afinal, Tcheco é um jogador que combina atribuições defensivas e ofensivas. Roth já admitiu esta possibilidade, embora não tenha adotado ela como preferencial. Esta é a única alternativa para que Tcheco e Souza atuem juntos, a não ser que o segundo seja mantido na disputa pela ala-direita.
2) MOVIMENTAÇÃO DOS ALAS: O Grêmio teve como um de seus principais defeitos táticos em 2008 a movimentação dos alas. Em praticamente nenhum momento o time conseguiu jogar em um 3-5-2 que justifique o número "cinco" no meio-campo. Em geral, os alas foram apenas defensores, ou então somente apoiaram pelos lados. Era mais um 5-3-2 do que um 3-5-2. E esta carência de aproximação dos alas com o meio manteve o tricolor com apenas três jogadores no setor mais importante do campo, muitas vezes perdendo a posse de bola.
São estas as principais questões para 2009 no Grêmio. Em primeiro lugar, definir o sistema tático preferencial. E se a decisão for pela manutenção do 3-5-2, organizar melhor a movimentação dos alas - que precisarão combinar jogadas pelos lados com aproximação aos volantes e meias. Também será preciso, dentro do 3-5-2, avaliar nas características dos atletas se dá para jogar com dois meias. E só a partir daí bater o martelo na escalação, posicionando os jogadores com maior capacidade para cumprir estas funções.
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