Variação tática de Alex Fergusson deu certo na vitória sobre a LDU |
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A LDU já havia derrotado o Pachuca se utilizando do mais legítimo 4-4-2 britânico. E no Manchester United, com sir Alex Fergusson, o Four-Four-Two é lei irrecorrível. E assim, a decisão do Mundial de Clubes da Fifa proporcionou um duelo espelhado em Yokohama na manhã de hoje.
Com dois sistemas táticos idênticos, coube às estratégias distintas dos treinadores a função de diferenciar cada equipe. E também à capacidade técnica e ao talento dos jogadores, quando se exigiu improviso ou vitória pessoal.
A LDU entrou determinada a especular contra-ataques com o talentoso Manso. As duas linhas de quatro jogaram próximas uma da outra, e da intermediária defensiva para trás, formando um bloqueio. De contrapartida, retomada a bola a equipe precisava sair do próprio campo, o que invariavelmente enfraquecia seus contra-ataques pela grande distância entre seus jogadores e a área inglesa.
Sem penetração nem infiltração, e com muito campo para percorrer, a LDU criou apenas duas chances - no segundo tempo - ambas em chutes de fora da área do camisa 21 Manso, eleito o terceiro melhor atleta do Mundial. Sobraram disciplina tática e empenho, mas faltaram ousadia e ambição.
Acostumado a enfrentar adversários utilizando o Four-Four-Two de maneira defensiva na Inglaterra, o Manchester United explorou as virtudes de dois entre seus melhores jogadores: Anderson e Rooney. Sem ser volante - ou seja, sem meias centralizados bloqueando sua passagem - o ex-gremista pôde centralizar a distribuição das jogadas, principalmente com os lançamentos longos e precisos. Passes direcionados aos atacantes Rooney e Tevez.
Rooney é um especialista em combates contra defesas em linha. Ele sabe se posicionar entre os dois zagueiros, sem entrar em impedimento, recebendo em condições de apenas dominar e bater, ou até chutar de primeira. Já havia sido assim contra o Gamba Osaka, contra quem marcou dois gols, e novamente hoje frente à LDU.
No primeiro tempo, Rooney desperdiçou duas chances claras em lançamentos de Anderson. Tendo um adversário muito recuado, os zagueiros Ferdinand e Vidic, e o meio-campista Carrick também se utilizaram dos lançamentos longos para dupla Rooney-Tevez. Mas a parceria de ataque, que estava muito bem na partida, foi desfeita pela expulsão de Vidic aos 4min do 2º tempo. Fergusson retirou Tevez para a entrada do zagueiro Evans.
Neste momento, o técnico do Manchester apresentou uma variação tática interessante. Ele inverteu os posicionamentos de Cristiano Ronaldo e Rooney. O atacante inglês passou para a asa-esquerda da linha de meio-campo, e o winger português foi centralizado no ataque. Com a posse de bola, Rooney pela esquerda e Park pela direita faziam a diagonal de aproximação com C.Ronaldo, mantendo um trio ofensivo de muita movimentação. Sem a bola, Rooney e Park retornavam à linha de quatro. Houve ainda inversões - entre Rooney e C.Ronaldo, trocando de função; e entre os meio-campistas Anderson e Carrick, trocando de lado.
Em uma destas jogadas, C.Ronaldo atuou como verdadeiro pivô, recebendo a bola na frente da área e escorando para Rooney marcar. Deu certo. Na hora da alteração, no sofá da sala cheguei a criticar Fergusson - acreditei que seria melhor a saída de Park para a entrada de Evans, recuando Rooney para a asa-direita sem perder Tevez.
Mas esta alternativa ofensiva, que eu ainda não havia tido a oportunidade de conferir no Manchester United, foi decisiva para a justa vitória de 1 a 0 dos novos campeões mundiais. Fergusson acertou, e comemora o título com mérito.
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