Com Alex Mineiro, o Grêmio pode valorizar as jogadas pelos lados, evitando o pivô, e dando oportunidade para uma parceria Souza-Douglas Costa em um 4-4-2 bastante utilizado na Argentina |
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O Grêmio anuncia a contratação de um bom camisa 9. Aliás, de um legítimo centroavante. Alex Mineiro se notabiliza na carreira por ter a definição como sua principal característica. Ele é daquele tipo cada vez mais raro de centroavante que atua em um pequeno espaço de campo dentro da grande área, obstinado na conclusão imediata de jogadas.
Com ele, o Grêmio muda de característica no ataque. E por mais que possa se levantar a comparação de Marcel com Alex Mineiro (retiro Morales da pauta porque o uruguaio recebeu raríssimas oportunidades), ambos são muito diferentes. A começar pela efetividade. Mas a principal vantagem de Alex Mineiro em comparação com os centroavantes recentes do tricolor é sua tática individual (função): ele é menos trombador e menos pivô do que Marcel, sendo mais qualificado no acabamento das jogadas e mais inteligente no posicionamento.
Mesmo que os reforços do Grêmio estejam chegando aos poucos, proponho aqui no Preleção uma simulação tática para 2009, proporcionada pela presença de Alex Mineiro. Utilizo na montagem da equipe jogadores que fazem parte do grupo, contratações dadas como certas e especulações (com pontos de interrogação).
Minha inspiração é o 4-4-2 do San Lorenzo, e de boa parte das equipes argentinas. Uma linha defensiva com laterais mais posicionados defensivamente (Ruy e Fábio Santos, anunciados hoje), e uma linha de quatro jogadores no meio campo, conforme as características e virtudes de cada um. Souza pela direita, e Douglas Costa pela esquerda poderiam ser os wingers, variando jogadas pelos lados e diagonais em direção à área (como faz o elogiado Barrientos do post de ontem). Ambos são jogadores apropriados para a função - meias rápidos, habilidosos e inteligentes para compreender a necessidade de cada jogada, e escolher o movimento mais adeqüado.
Tcheco jogaria como uma espécie de meia organizador, centralizado e responsável pela distribuição das jogadas; Willian Magrão ficaria um pouco atrás desta segunda linha, também centralizado. E na frente, Alex Mineiro + companheiro de ataque (indefinido enquanto os reforços não chegam).
Porque proponho ao Grêmio este 4-4-2 à la San Lorenzo, com duas linhas de quatro com meio-campo apresentando algumas variações ao sistema britânico original? Porque Alex Mineiro precisa ser assistido. Servido. Ele é um camisa 9 que, embora não se dedique ao pivô e à trombada, requer a bola em condições de definição. Pelo alto ou pelo chão, em cruzamentos (wingers pelos lados) ou tabelas curtas (wingers em diagonal), o camisa 9 tricolor tem que ser acionado.
No 3-5-2 deste ano, sem alas eficientes e com apenas três jogadores no meio-campo, o Grêmio perde a infiltração à frente da área, e também não consegue chegar à linha de fundo. A jogada principal do Grêmio neste Brasileirão se amparou demais no pivô de Marcel. Com Alex Mineiro, tem que ser diferente.
A bola tem que chegar para um camisa 9 de frente para o gol e dentro da área, não para um centroavante de costas para o gol, na intermediária. Ainda com o elenco incompleto, o grupo tricolor apresenta boas opções para que Celso Roth cogite o fim do 3-5-2, a montagem de um 4-4-2, e a valorização das jogadas pelas laterais com Souza e Douglas Costa. Centroavante, na teoria, o Grêmio tem.
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