Celso Roth e Tite ganham crédito para permanecer e iniciar o trabalho da temporadaFoto: Montagem: Jefferson Botega e Valdir Friolin/ZH |
Com a reeleição de Vitório Píffero, o Inter define a permanência do técnico Tite em 2009 - ano do centenário colorado. No Grêmio o presidente muda, mas o treinador também será o mesmo na próxima temporada: Celso Roth. Um cenário próximo do ideal para quem cobra continuidade e convicção de dirigentes no planejamento do futebol. E uma situação que também abre a possibilidade das projeções sobre o resultado destas permanências. Ambos não puderam iniciar a temporada atual, e agora ganham o crédito para abrir o ano no cargo.
No Brasileirão de 2007, falava-se que o Inter era "o time do ano que vem". Jogadores chegaram e saíram, Galo teve uma passagem relâmpago, e só depois do retorno de Abel Braga, e da apaziguação nas contratações, o colorado indicou que tinha uma base bem encaminhada. Mas neste ano, apesar dos títulos em Dubai, no Gauchão e na Sul-Americana, o Inter novamente viveu a crise da janela de transferências do meio do ano - além da própria saída de Abel.
Tite fez um bom trabalho. Sem ser imediatista, perdendo jogadores e recebendo atletas com total disparidade de preparo físico, ele foi testando alternativas táticas até encontrar o 4-5-1, com meio-campo em losango e Alex fazendo a ligação com o atacante Nilmar. A equipe embalou, mostrou consistência defensiva e organização.
Embora seja um cenário parecido com o do final de 2007, este ano encerra com melhores perspectivas para o Inter. A permanência de Tite significa a aprovação de um trabalho que tomou forma definitiva. O sistema tático do colorado está pronto, apresenta variações conforme a estratégia, e depende apenas da manutenção do elenco - ou então da rápida reposição com reforços prontos para jogar caso alguém vá embora - para dar certo. Posso estar enganado, mas o Inter deve apresentar bom desempenho (estou falando de desempenho mesmo - tático e técnico - não de títulos) a não ser que se torne refém novamente da janela de transferências.
No Grêmio, a situação é diferente do final de 2007. Vágner Mancini e a diretoria prepararam um grupo limitado, e mesmo antes de qualquer apreciação mais clara houve a troca por Celso Roth. E o treinador que chegou à segunda colocação do Brasileirão caiu de pára-quedas em um elenco praticamente pronto, com trabalho em andamento, sem referências nem tempo.
Roth errou bastante, o Grêmio saiu da Copa do Brasil e do Gauchão. Mas, da mesma forma que Tite, o técnico gremista conseguiu com calma definir um sistema tático. E o padrão de jogo do Grêmio, amparado na eficiência e na aplicação, deu resultado mesmo que em algumas partidas o desempenho tenha sido razoável.
Agora, se Tite corre o risco de se tornar refém da janela de transferências, o grande adversário de Celso Roth é o cofre. O Grêmio não prescinde de investimento para formar um grupo competitivo e qualificado. Faltam titulares para diversas posições - principalmente ataque e lateral-esquerda, e bons jogadores também para elevar o padrão do elenco.
Nesta análise superficial, Tite tem menos trabalho a fazer - desde que não perca jogadores. O sistema tático e a escalação estão definidos, a comissão técnica se mantém e o desempenho do segundo semestre prenuncia boas atuações. Já Celso Roth aguarda a formação do novo elenco - torcendo por contratações de qualidade, e pelo menos participando das indicações e avaliações de quem fica e quem sai - e precisará de algum tempo até encontrar o sistema tático ideal e a melhor escalação.
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