Juventus apóia pelos dois lados e pelo meio, com boa variação de jogadas |
Se a Inter de Milão é uma equipe pragmática e mecanizada, e se o Milan se submete ao defensivismo de Ancelotti, quem apresenta um futebol qualificado na Itália é a Juventus. Mesmo que o time de José Mourinho seja o líder - e tem mérito, pela competência - ver a Juventus jogar é um alento para quem ainda acredita na associação entre desempenho e resultado.
Hoje enfim eu consegui assistir a um jogo da Juventus, por inteiro. E o alvinegro de Turim venceu o Milan por 4 a 2, jogando em casa, com uma superioridade impressionante. A equipe alia organização tática e empenho dos atletas, o que torna a equipe compacta e veloz.
A Juventus do técnico Claudio Ranieri venceu o Milan no 4-4-2. No meio-campo, um volante fica centralizado à frente da área, dando cobertura a uma linha de três jogadores abnegados tanto na marcação como também na articulação. Na frente, Del Piero é o atacante de movimentação, enquanto Amauri é o legítimo matador que se esmera em vitórias com bola aérea ou pelo chão.
Sem a bola, o volante Marchisio recuava para formar uma linha de cinco defensores, e Del Piero voltava para fazer logo à frente da área outra linha, de quatro jogadores, com os três meias. Um verdadeiro bloqueio, sem haver retranca ou defensivismo exacerbado.
Com a bola, a saída da Juventus é extremamente veloz. O desenho do meio-campo se reagrupa rapidamente, e os laterais apóiam com liberdade. A equipe conserva uma proximidade entre os atletas, tornando o sistema ofensivo compacto. E a articulação se equilibra entre os dois lados e o meio, apresentando boa variação de jogadas: cruzamentos, tabelas curtas, lançamentos longos, diagonais, chutes de média distância...
Já o Milan foi o mesmo de sempre - Ancelotti armou a equipe em um 4-5-1, com três volantes e dois meias, e Pato isolado na frente. Enquanto Amauri fez dois gols e participou de outras diversas chances, Pato fez apenas um, na rara (e quase única) oportunidade criada - o outro gol do Milan foi um chute de longe de Ambrosini, que desviou na defesa. Chielini e Del Piero, de pênalti, completaram o placar.
O que mais me empolgou na Juventus foi a busca incessante pela vitória. A explícita vontade de fazer gol. Deixo claro que não considero essa equipe a redentora do futebol, tampouco o melhor time do mundo. Mas, frente ao pragmatismo dos colegas italianos, a Juventus é uma referência de qualidade.
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