Ontem, em entrevista à TVCOM, o técnico Celso Roth confirmou aquilo que já se sabia há muito tempo: ele adotou o esquema 3-5-2 no Brasileirão em função das características do grupo (pode-se ler "carências" nas entrelinhas) - falta de laterais e de um pensador, principalmente.
Roth chegou ao Grêmio recebendo a herança de Vágner Mancini e de Paulo Pelaipe, com elenco formado. Tentou jogar no 4-4-2 e no 4-5-1, com diversas estratégias diferentes, mas nenhum sistema tático deu certo. Só então recorreu ao 3-5-2, como alternativa derradeira.
Apesar do vice-campeonato, o 3-5-2 do Grêmio não foi um sucesso completo. O bom desempenho e a boa campanha tiveram como principais pilares a solidez defensiva e a eficiência na bola parada. Em algumas partidas a equipe perdeu posse de bola, apelando à ligação direita; em outras cedeu espaço no meio-campo; e na maioria das vezes faltaram alas cumprindo a tática individual específica de diagonais, marcação e profundidade, conforme a complexidade da função exige.
Mas agora Celso Roth, permanecendo no Grêmio, terá oportunidade de planejar o ano de 2009. André Krieger sairá às compras sabendo exatamente o que pediu o treinador gremista - com posição, característica e nome de cada atleta.
Minha dúvida é: Celso Roth vai partir de qual sistema tático? Certamente, na formação deste novo elenco ele tomará por referência uma estratégia preferencial. E com a base que permanecer, vai indicar os reforços necessários para completar a equipe e as alternativas.
Se permanecer no 3-5-2, Roth precisaria no mínimo de um zagueiro com melhor saída de bola, dois alas legítimos, um primeiro volante que possibilite a formação do meio-campo com dois articuladores, e dois atacantes.
Por enquanto, Roth mantém sigilo sobre as negociações para renovação de contrato. Ele também se nega a avaliar publicamente que base ele pretende manter no Grêmio, e quais posições precisam de reforços. Só a partir daí saberemos o que as decisões de Roth indicam no planejamento tático da equipe para 2009.
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