River Plate atua no 4-4-2 |
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Entre 20 equipes do Torneio Apertura, o River Plate é a 20ª. Lanterna. Só não cai porque há um formulismo na Argentina, protegendo os clubes tradicionais. Eu assisti neste segundo semestre a apenas um jogo do River: o empate em 2 a 2 com o Chivas, que classificou os mexicanos para a semifinal contra o Inter na Copa Sul-Americana. E não compreendi como o River está na lanterna do Apertura argentino.
No México, o River dominou amplamente o Chivas, marcou dois gols e poderia ter goleado os donos da casa. Foi uma supremacia tão grande que os argentinos passaram a jogar demasiadamente no campo do Chivas, sofrendo dois gols de contra-ataque. Foi um resultado absolutamente injusto.
Comparando o River com o líder San Lorenzo, que foi analisado ontem no Preleção, há muitas semelhanças. A primeira é tática: o River Plate também atua no 4-4-2, com duas linhas de quatro jogadores - sendo que a formação de meio-campo não está plenamente alinhada. Sem a bola, os meias do River fecham os lados e compõem com os volantes a segunda linha, compactada com a defensiva. Mas com a bola eles partem em diagonais incisivas. Principalmente com Buonanotte.
Buonanotte está para o River como Barrientos para o San Lorenzo. É mais um habilidoso e jovem canhoto do país de Maradona. Deve haver alguma característica genética no povo argentino que contribui para a profusão de articuladores canhotos. Buonanotte tem 19 anos, e apenas 1,59m. Mas é uma bala. A diagonal dele chega com facilidade à meia-lua, de onde ele procura as tabelas ou conclui. A centralização dos meias também abre espaço para os laterais, que exploram a jogada aérea para o uruguaio Loco Abreu.
A diferença tática do River para o San Lorenzo está no segundo atacante. Falcão García não é um atleta ofensivo fixo. Ele retorna até a intermediária para se aproximar dos meias, sendo quase um terceiro articulador. Dali, ele toca, gira e parte para se juntar a Loco Abreu.
Não sei se o jogo contra o Chivas foi uma exceção ao desempenho tático do River Plate, ou se a situação dele é realmente inexplicável, e a lanterna do Apertura seria atribuída ao imponderável. Com certeza, algum erro foi cometido. Mas o tradicional time do Monumental de Nuñez não é uma equipe desprezível. Pelo contrário. Do pouco que vi, gostei muito.
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