Diagrama do primeiro gol: Magrão e Alex fazem uma inversão, ambos em diagonal, e confundem a marcação. Magrão encontra Nilmar livre, e com supremacia técnica, o atacante marca um belo gol |
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Tite chegou ao Inter no meio de junho, com boa parte do time de Abel Braga sendo desmontado, e reforços aparecendo no Beira-Rio. Foi contestado com justiça porque em diversos momentos a equipe não demonstrou consistência, mesmo em vitórias pelo Brasileirão. Dá-se como certa sua saída ao final da temporada. Mas é inegável que Tite, cinco meses depois, acertou a mão no Inter.
Lembro que no Grêmio Tite também demorou um pouco a ajustar o sistema tático, a estratégia e a escalação. Ele não é um treinador imediatista. Define um padrão e insiste nele mesmo sem dar resultado no início até que se esgote - e precise ser modificado - ou se consolide. Foi o que aconteceu no Inter agora.
Tite transitou entre o 3-5-2, diversas variações do 4-4-2, mas foi no 4-5-1 da Copa Sul-Americana que o sistema tático emplacou. A partir da chegada de D'Alessandro, o treinador colorado encontrou a peça que faltava para encaixar a movimentação ofensiva. Neste sistema, Tite recuperou o bom futebol do Magrão, acertou a defesa, socorreu o antes abandonado Nilmar, e mostrou até mesmo que o Andrezinho pode ser um 12º jogador, obediente taticamente, para entrar em qualquer função médio-ofensiva do meio-campo.
Ontem, contra o Chivas, o Inter foi quase perfeito. A linha defensiva de quatro jogadores manteve os mexicanos distantes da área com a bola no chão. A compactação do trio de volantes à linha de zagueiros contribuiu para dar ao Chivas a falsa impressão de domínio - os mexicanos tinham a posse de bola, mas sem profundidade, sem penetração, sem infiltração. E com a bola, funcionou a troca de passes do trio Nilmar-Alex-Andrezinho (principalmente no segundo tempo), e as passagens em diagonal de Magrão. O primeiro gol é um exemplo deste acerto.
Eu disse, entretanto, que o Inter foi quase perfeito, porque repetiu contra o Chivas um problema grave já demonstrado frente ao Boca Juniors: vulnerabilidade na bola aérea defensiva. Assim como o horroroso Figueroa havia feito na Bombonera, ontem foi Arellano que apareceu três vezes completamente livre para cabecear. É um defeito de posicionamento que precisa ser corrigido pelo treinador. O Inter tem permitido que os atacantes se posicionem entre dois zagueiros. Mas em uma linha de quatro, isso não pode acontecer - Alvaro e Indio estão marcando a bola, e Bolivar/Marcão demoram a fechar o setor.
Tite acertou a mão, talvez tarde demais. Com a manutenção deste sistema tático, e a permanência de boa parte deste grupo de jogadores, o Inter prenuncia um bom desempenho no ano do centenário. Com Tite, ou sem Tite?
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