Mattioni é um ala mais adeqüado ao 3-5-2 com líbero, enquanto Souza cumpre melhor o papel no 3-5-2 com três zagueiros - sistema tático adotado pelo Grêmio |
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Durante o Brasileirão, quem mais atuou pela ala-direita do Grêmio foi Paulo Sérgio. Mas as atuações irregulares custaram ao jogador a reserva, sendo substituído pelo jovem Felipe Mattioni. Antes, Souza chegou a ser testado, mas também não aprovou. Tudo indicava que Mattioni permaneceria no setor. Mas ele precisou cumprir suspensão, e Souza enfrentou o Palmeiras como o ala-direita do Grêmio.
Deu certo. Souza reproduziu durante todo o jogo um movimento que ele não havia emplacado nas partidas anteriores: a diagonal para o meio. Com a bola, Souza não tentava chegar à linha de fundo. Próximo à intermediária ofensiva, o ala-direita do Grêmio mudava de direção, conduzindo a bola para a frente da área. Dali, ele arriscou chutes de média distância, trocou passes com Tcheco e Willian Magrão, e se aproximou do atacante Reinaldo. O meio-campo e o ataque do Grêmio produziram mais, conseqüentemente.
Souza, enfim, agiu contra o Palmeiras como o ala de ofício com o qual o Grêmio ainda não havia contado neste Brasileirão. Por isso, cogita-se a permanência dele no setor mesmo que Felipe Mattioni esteja liberado para jogar. O motivo é simples: com as diagonais de Souza, o Grêmio desestruturou a marcação palmeirense. Os atacantes foram mais acionados, Tcheco não ficou sobrecarregado na articulação, e Willian Magrão pôde fazer o movimento inverso passando pela esquerda.
A característica de Mattioni é mais aguda. Ele seria um bom ala no 3-5-2 à italiana, com um líbero transformando-se em meio-campista. Passando o líbero pelo meio, Mattioni daria uma grande contribuição como um ponta-direita com a bola, recebendo cobertura do primeiro volante, para abrir a defesa adversária. E a presença do líbero adiantado daria ao meio-campo consistência numérica.
Mas o Grêmio joga no 3-5-2 à brasileira, com três zagueiros fixos, o que mantém apenas três jogadores no meio-campo. Um dos alas, pelo menos, precisa jogar na diagonal a partir da intermediária ofensiva. Senão, o Grêmio perde o domínio do setor, sobrecarregando os volantes na marcação, e Tcheco na armação. Isso foi flagrante na derrota para o Cruzeiro, problema agravado pela marcação individual adotada por Celso Roth.
Souza, contra o Palmeiras, pela primeira vez mostrou-se mais adeqüado para cumprir a função até o final do Brasileirão, mesmo que Mattioni seja um bom jogador, veloz e impetuoso, que pode ainda contribuir bastante com o time quando solicitado. A grande questão para que esta estratégia dê certo no sistema tático do Grêmio é: Souza vai repetir esta movimentação e este empenho nos próximos jogos?
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