Luxemburgo x Roth: duelo de táticas e estratégiasFoto: Cynthia Vanzella e Arivaldo Chaves/ZH |
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O comportamento dos jogadores em uma partida de futebol também faz parte do planejamento de um treinador. Por isso, não é perseguição nem injustiça atribuir a Celso Roth também a responsabilidade pela postura conformada do Grêmio desde que a campanha declinou no 2º turno. Assim como a maneira mais contundente com a qual ele liderou a equipe no 1º turno recebe os méritos pela boa jornada tricolor à época.
Antes de falar sobre isso, entretanto, é preciso diferenciar sistema tático e estratégia. Sistema tático é a disposição da equipe em campo (os numerozinhos - 4-4-2, 3-5-2, etc); e estratégia é a maneira como este sistema tático vai funcionar, levando em consideração as táticas de grupo (mecânica de jogo) e as táticas individuais (funções de cada jogador), além do estilo de marcação escolhido (pressão, meia-pressão, por zona, individual ou misto). Com o mesmo sistema tático é possível enumerar diversas estratégias diferentes.
Portanto, independentemente do sistema tático escolhido, a estratégia - dentro dos diversos fatores que a compõe - precisa levar em consideração a postura dos jogadores. O comportamento. É do treinador que parte a vibração. Quem passa instruções parecendo conformado não consegue motivar seus jogadores. E se o Grêmio parou de marcar forte seus adversários, e de insistir de todas as formas até encontrar os gols, é porque a estragéia não tem valorizado o comportamento dos jogadores.
Amanhã, no Palestra Itália, o Grêmio vai se deparar com um adversário extremamente motivado. A partida é encarada publicamente por Wanderley Luxemburgo como a decisão do Brasileirão para o Palmeiras. O que indica uma estratégia de marcação no mínimo meia-pressão (atacantes na saída de bola, e pressão por zona a partir do meio-campo), e insistente variação de jogadas à procura de espaços na defesa tricolor. E qual será o contraponto do Grêmio para equilibrar na bravura este confronto? Celso Roth vai levar em consideração uma postura agressiva na marcação e com a bola, ou o Grêmio vai se conformar em apenas se defender, deixando o Palmeiras com a posse de bola, para especular contra-ataques?
Além da estratégia, Celso Roth indica a manutenção do 3-5-2, ou então a adoção de um 3-6-1, com Jean, Amaral (Léo) e Heverton na zaga; Willian Magrão, Carioca e Tcheco no meio; Souza e Helder nas alas; Perea e Reinaldo na frente. Será preciso, se este sistema tático se confirmar, muita atenção no meio-campo. Mesmo sem Diego Souza, é neste setor que o Palmeiras vence os jogos, articulando-se de maneira compacta. O Grêmio não pode fazer marcação individual, sob risco de cometer o mesmo erro que custou a derrota para o Cruzeiro, nem perder o domínio numérico entre as duas intermediárias.
No vídeo abaixo, eu faço essa análise de maneira resumida:
Mas, acima de tudo, é preciso jogar com bravura. Querer vencer. Colocar no primeiro lugar da lista de tarefas da estratégia a busca incessante pela vitória, o que resultará em marcação implacável e atenção permanente para caprichar nos contra-ataques sem se tornar vulnerável. Roth vai se defrontar com um grande duelo tático contra Luxemburgo. É o momento ideal para o treinador do Grêmio comprovar suas virtudes.
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