Um time vulnerável no meio-campo, às costas dos volantes, e na bola aérea defensiva. Sem alternativas de ataque, a não ser a ligação direta em velocidade. Este é o Chivas. |
![]() |
Assisti ao confronto entre Chivas Guadalajara e River Plate, que definiu a equipe mexicana como adversária do Inter nas semifinais da Copa Sul-Americana. E o resultado não poderia ser melhor para o colorado, e para o estilo de jogo do time de Tite.
Apesar do empate em 2 a 2, o River foi muito superior ao Chivas. Muito. Abriu dois a zero fácil, perdeu inúmeras chances. De tanto atacar acabou cedendo espaços, e sofreu dois gols de maneira injusta em apenas quatro minutos, no mais puro abafa. Fiquei surpreso com a organização dos argentinos, que estão na lanterna do Torneio Apertura. O garoto Buonanotte, de 19 anos, é um canhoto camisa 10 de extrema qualidade; e a dupla de ataque Falcão García-Loco Abreu está entrosada, e efetiva tanto nas tabelas como nos cruzamentos. Foi uma atuação primorosa.
Já o Chivas demonstrou poucas virtudes, sendo a principal a saída em velocidade pelos lados: na direita, com Pineda e Arellano; e na esquerda, com Morales e Santana. Na verdade, estou sendo condescendente. Não são "saídas rápidas". É ligação direta mesmo. Lançamentos em diagonal, longos e rasantes. O Chivas, quando rouba a bola, busca o passe esticado para os lados, onde explora a velocidade de seus meias ofensivos e da dupla de ataque. Quem mais chamou a atenção foi o reserva Medina, que substituiu Pineda, dando maior qualidade e tentando organizar um toque de bola no meio-campo.
O time mexicano atua no 4-4-2 convencional, com uma linha de quatro defensores, dois volantes, dois meias e dois atacantes. Na marcação, muita força física e faltas em demasia. Mas, acima de tudo, muita desatenção. O River Plate dominou completamente o meio-campo, principalmente jogando às costas dos volantes.
Por isso eu abri o post falando que não poderia ter acontecido resultado melhor para o Inter. Tite ampara o sistema ofensivo colorado nas tabelas curtas, na movimentação e nas trocas de posição do trio Nilmar-Alex-D'Alessandro. Atuam em sintonia exatamente onde se posicionam os desatentos volantes do Chivas. Se a dupla Araújo-Solis oferecer a frente da área do Chivas para Nilmar-D'Alessandro-Alex trabalharem, o Inter pode construir as chances de gol que mais gosta: tabelas e diagonais curtas em velocidade, e conclusões de média distância.
Há ainda um problema não menos grave na zaga do Chivas, mas o Inter só deve tirar proveito dele nas bolas paradas, porque não tem centroavante de referência: a bola aérea. O goleiro sai mal e os zagueiros perderam absolutamente todas para os atacantes do River. Quem sabe o Indio não se consagra em um cruzamento do Alex?
A perspectiva é boa. O Chivas é um time comum. Os jogadores são velozes e fortes fisicamente. Mas há pouca criatividade, e a defesa joga desguarnecida pelos volantes. Sou mais Inter neste confronto.
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.