Celso Roth precisa planejar algo diferente e consistente contra o PalmeirasFoto: Fernando Gomes/Zero Hora |
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Aqui no blog Preleção já se falou sobre os dois motivos principais que levaram Celso Roth a definir o 3-5-2 como sistema tático do Grêmio no Brasileirão: a vulnerabilidade defensiva que custou as eliminações na Copa do Brasil e no Gauchão; e a presença de apenas um articulador no grupo, na época (Roger). Entre um 4-4-2 com três volantes, ou um 3-5-2 à brasileira, Roth optou pela segunda hipótese.
O Grêmio se posicionou com sete defensores (três zagueiros rígidos, dois volantes e dois laterais), um meia e dois atacantes. E assim Roth armou o tricolor para jogar sem a bola. Na teoria, o Grêmio se posicionava defensivamente, atraindo o adversário para o próprio campo. O tricolor preferia entregar a posse de bola ao outro time, como uma armadilha, para recuperar e partir rápido ao contra-ataque.
Este 3-5-2 defensivo com baixa posse de bola, contra-ataque rápido e eficiência nas jogadas de bola parada deu certo até que a surpresa acabou. O Grêmio assumiu a liderança e os adversários passaram a estudar esta estratégia. Percebeu-se que o Grêmio não tinha uma tática de grupo eficiente no meio-campo para se articular com a bola, o que levou os outros times a povoar o setor. Foi a derrocada do 3-5-2 do Grêmio.
O que eu acredito que faltou: variação tática. O sucesso momentâneo do 3-5-2 acomodou Celso Roth. O Grêmio enrijeceu sua estratégia. Não havia alternativa. No máximo, a partir da chegada de Souza, Roth trocava do 3-5-2 para o 3-6-1, retirando um atacante e colocando o meia, para equilibrar o meio-campo povoado pelo adversário. E com os treinos secretos, é impossível saber se Roth chegou sequer a treinar essa variações, e se isso aconteceu, qual foi o resultado.
Mas nos jogos, em nenhum momento do Brasileirão Celso Roth apresentou variações táticas consistentes. O Grêmio não tem nenhum 4-4-2 definido para qualquer eventualidade - seja ele com quadrado, losango, linha, ou qualquer forma geométrica no meio-campo. As mudanças sempre foram pontuais - trocas de nomes no ataque, na defesa ou nas laterais. Mas taticamente o Grêmio se tornou previsível e acomodado.
Aquele 3-5-2 não surpreende mais ninguém. E Celso Roth demonstra que não tem outra cartada tática para apresentar. Pelas entrevistas, ele dá a impressão - corrijam-me se eu estiver enganado - que se conformou com a ruína da sua estratégia, ao invés de propôr uma alternativa nova e bem treinada. Preso na própria armadilha, a decadência do sistema de jogo do Grêmio custou a queda de rendimento pontual de jogadores antes importantes, como os volantes, o meia e os atacantes. Nada mais parece funcionar.
Falta variação tática ao Grêmio. Mesmo no auge do 3-5-2, acredito que Roth deveria ter preparado novos sistemas e estratégias que pudessem desatar a equipe.
Ainda esta semana o blog Preleção vai projetar a escalação do Grêmio para o jogo contra o Palmeiras, e de que maneira Roth deve se comportar taticamente depois de perder a maioria de seus zagueiros. É um dilema: as lesões e suspensões inviabilizam o 3-5-2 original, mas depois do conformismo tático o Grêmio demonstra não saber jogar de outra maneira.
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