Contra o Bolonha, Adriano centralizou a organização das jogadas sendo um meia próximo do ataque. Da intermediária ofensiva, ele disparou lançamentos para os lados e para Ibrahimovic. |
![]() |
O português José Mourinho é um grande estrategista. E como o blog Preleção se propõe a fazer análises táticas, pouco importam as acusações contra o comandante da Inter de Milão e seu comportamento. Ser um grande estrategista basta. E infelizmente o brasileiro Adriano começa a desperdiçar uma excelente oportunidade de aprender com o treinador da equipe italiana.
Assisti a uma partida da Inter no Campeonato Italiano (a vitória sobre o Bolonha por 2 a 1) e o posicionamento de Adriano foi surpreendente. Mourinho manteve o sistema tático 4-5-1 aberto a inúmeras variações, com o qual liderou o Chelsea na Inglaterra. Mas como o "1" do ataque é Ibrahimovic, Mourinho recuou Adriano para a linha ofensiva de meio-campo.
Adriano, que veste a camisa 10, pela primeira vez associou o número com o desempenho. A ele Mourinho concedeu todas as atribuições de um articulador nato. O técnico português se aproveitou do bom porte físico de Adriano para centralizá-lo na intermediária de ataque, fazendo o pivô de costas para os zagueiros. A presença do "atacante" naquele setor puxava a marcação de um defensor, sobre o qual Adriano fazia o giro, partindo em velocidade.
Com Mancini aberto pela esquerda (exatamente como ele jogava na Roma) e Stankovic pela direita, Adriano era o responsável pela distribuição das jogadas. Os volantes sempre procuravam o camisa 10, que dava seqüência com passes longos para os lados ou para Ibrahimovic. Adriano também chamava os laterais para o apoio.
O resultado me surpreendeu: deu certo. Adriano cumpriu muito bem a função, esbanjou categoria nos passes longos - invariavelmente precisos - e eficiência nos pivôs. Como a Inter jogava fora de casa, ele puxou os contra-ataques que levaram a equipe para a vitória, apresentou uma desenvoltura impressionante na função.
Mourinho não se restringe a esta formação, e dentro do mesmo 4-5-1 propõe diversos desenhos táticos (com escalações diferentes) - este sistema permite muitas variações, como o blog Preleção analisou ao falar do Brasil e do Arsenal Invencível, ou de Chelsea e Roma. O que me leva a supor que provavelmente Adriano teria mais oportunidades para se afirmar nesta função ou em outras táticas individuais definidas pelo português. Mas o mau comportamento do brasileiro em campo custou seu afastamento da equipe.
O próprio Adriano se priva de conviver com um treinador que pode acrescentar novos conceitos a sua carreira, tornando o atacante mais versátil e taticamente inteligente. Uma pena.
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.