Após a vitória colorada sobre o Boca Juniors, conversamos aqui no blog Prancheta sobre o sistema tático do Inter de Tite. O colorado joga em um 4-5-1 com ênfase na centralização das jogadas, baseando-se no trio ofensivo Nilmar-Alex-D'Alessandro. Esta centralização, que proporciona tabelas curtas e diagonais à frente da área adversária, abre corredores nos lados infelizmente não explorados pelos laterais colorados.
Hoje, entretanto, Tite se viu obrigado a alterar o sistema. Manteve o 4-5-1, mas perdeu D'Alessandro - que iniciou no banco de reservas. Com isso, entrou Taison, e o técnico do Inter modificou o posicionamento dos jogadores. Alex ganhou liberdade, deixando o lado esquerdo, e passou a se movimentar em toda a intermediária ofensiva - provavelmente, para suprir a ausência de D'Alessandro. Na intermediária de defesa, nada mudou - com Edinho centralizado, Magrão pela direita e Andrezinho pela esquerda.
Mas foi no segundo tempo que o Inter apresentou aquele diferencial pedido pela torcida: as jogadas pelas laterais. Mais precisamente, pela lateral-esquerda. Tite prendeu Ângelo na direita, para marcar as subidas de César Prates; Taison abriu pela direita ajudando no setor; Sandro entrou no lugar de Magrão, e passou a trocar de posição constantemente com Andrezinho - ambos observando as investidas de Marcão.
Sim, com Taison na direita e Ângelo posicionado; e com cobertura dupla às suas costas, Marcão foi aquele lateral que Gustavo Nery não estava sendo, nem Ângelo ou Ricardo Lopes. Pela esquerda, o contestado Marcão enfim fez a torcida assistir a um lateral colorado apoiando o ataque. Com ele construiu-se a jogada do pênalti, e um outro cruzamento preciso para Alex desperdiçar.
Mais adiante, Tite recompôs o trio ofensivo colocando D'Alessandro no lugar de Andrezinho. O que obrigou o recuo de Taison, e o conseqüente freio a Marcão. Pelo menos, por 30 minutos no segundo tempo, o Inter teve novamente jogadas pelos lados - na esquerda, com Marcão - dando esperanças para que, com o retorno de Guiñazu, este setor receba mais atenção para liberar a frente da área e dar mais espaço para Alex, Nilmar e D'Alessandro jogarem de frente para o gol.
Eu acredito que não por mera coincidência foi neste intervalo de 30 minutos com duas opções de jogadas - centralização e apoio de Marcão - que o Inter marcou seus dois gols no empate em 2 a 2 com o Atlético-MG. Mas é bom ressaltar que a entrada de D'Alessandro incrementou novamente as assistências curtas na área, e o Inter poderia ter vencido não fossem as chances perdidas.
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