Cobertura dos laterais, espaços pelos lados e centralização do trio ofensivo são as armas do Inter |
Se no blog Prancheta a maioria dos sistemas táticos colocados em debate contam com linhas, pode-se dizer que o Inter joga "desalinhado". E não é um termo depreciativo, pelo contrário. Do meio para frente, o técnico Tite arma o colorado sem que qualquer jogador esteja rigidamente alinhado a outro, o que abre espaço para a movimentação do trio ofensivo.
O esquema original do Inter é o 4-5-1. Dois zagueiros, com dois laterais bem abertos posicionados logo à frente. Na primeira linha do meio está Edinho, totalmente centralizado, e ligado na cobertura principalmente dos meio-campistas. É o leão de chácara da área colorada.
Em uma segunda linha, aparece Guiñazu. Hoje, contra o Boca, Andrezinho cumpriu este papel. Sem a vibração e a vivacidade de Guiñazu, e conseqüentemente sem a movimentação do argentino. Mas Andrezinho compensou sendo fiel à estratégia, e taticamente responsável para jogar na cobertura do Gustavo Nery, e na conteção pelo setor esquerdo do meio-campo.
Na terceira linha, pouco mais à frente que Andrezinho (leia-se Guiñazu quando ele voltar), Magrão é o espelho da função, no lado direito. Protege as subidas de Ângelo e as investidas dos meias mais adiantados.
A quarta linha conta com D'Alessandro, que joga centralizado, distribuindo as jogadas com passes curtos e deslocamentos laterais. A quinta linha apresenta Alex, que joga do lado direito do meio-campo, para poder aproveitar as diagonais e cortar para o meio, soltando a bomba (hoje foram duas, marcando os dois golaços colorados no 2 a 0 sobre o Boca). Nilmar completa as linhas do meio para frente, sendo o (na teoria) único atacante.
O diferencial deste esquema é a proximidade do trio D'Alessandro, Alex e Nilmar. Apesar do esquema original os posicionar em lados e linhas "escalonadas", Tite libera os três para constante movimentação. E assim Nilmar se desloca, abrindo espaço para os ingressos de Alex; ou D'Alessandro chama a marcação, liberando Alex; ou ainda Alex se junta a Nilmar para aumentar a presença na área...
São inúmeras combinações de movimentação e posicionamento do trio Alex-D'Alessandro-Nilmar, além do sistema tático original. Mas a idéia principal de Tite é que eles joguem centralizados e próximos, dando origem às tabelas curtas, diagonais e aberturas de espaços para a conclusão. Combinações que devem aumentar com o retorno de Guiñazu, um jogador "indisciplinado taticamente" - mas no bom sentido - porque tem vigor suficiente para ser o quarto elemento desta proximidade ofensiva do Inter, e ainda retornar para recompor seu papel defensivo.
A segunda arma ofensiva do Inter, além das triangulações de D'Alessandro-Alex-Nilmar, deveria ser o avanço dos laterais. Afinal, se as linhas de meio-campo centralizam o posicionamento dos jogadores para aproximá-los, o próprio colorado chama a marcação para a frente da área e abre espaços para o avanço dos laterais - sempre protegidos por Guiñazu, Magrão e Edinho. Mas hoje os laterais do Inter não souberam aproveitar, e Tite precisou contar com a eficiência do trio ofensivo.
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