Robinho avança entre as duas linhas e recebe a bola entre os zagueiros, de frente para o golFoto: Reprodução/ESPN Brasil |
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Já me declarei aqui um grande admirador do 4-4-2 britânico - no clichê do futebolês, conhecido como o "duas linhas de quatro jogadores". Eu chamo este sistema tático de 4-4-2 britânico porque é o esquema-padrão para a imensa maioria dos clubes da Inglaterra, da Escócia, da Irlanda e do País de Gales - e também das seleções nacionais dos países que compõem a Grã-Bretanha.
Mas o brasileiro Robinho dá indícios de que encontrou a maneira certa de romper o paredão defensivo formado pelas duas linhas de quatro à frente das áreas adversárias: a investida diagonal entre as duas linhas. Hoje à tarde, pelo Campeonato Inglês, em dois lances o camisa 10 do Manchester City criou as jogadas dos gols no empate em 2 a 2 com o Newcastle.
Na foto do post, está o início da jogada do primeiro gol. O goleiro do City dá um balão, Jô ganha a disputa no alto e um meia pega a segunda bola, lançando rapidamente Robinho. O brasileiro avança às costas da segunda linha do Newcastle, e entre dois jogadores da primeira linha. Ou seja: de frente para o gol. Na velocidade, Robinho avançou e foi derrubado na área, cavando o pênalti que ele mesmo converteu, e uma expulsão.
Mesmo com um a menos o Newcastle virou, mas faltando dois minutos para o final, Robinho inverteu os papéis, sem mudar a filosofia tática: o brasileiro recuou, permanecendo entre as duas linhas, recebeu a bola e lançou na diagonal para Ireland. Reprisando o primeiro lance, Ireland entrou em velocidade entre dois defensores do Newcastle, marcando o gol de empate.
No 4-4-2 britânico, como a marcação é por zona, não dá para acompanhar a bola. O defensor tem de ficar atento ao jogador que entra no seu setor, às costas da segunda linha. Uma pequena desatenção, deixando de observar a movimentação dos adversários para acompanhar a bola, custa a diagonal ofensiva bem compreendida por Robinho. O Newcastle errou ao abrir muito espaço entre as duas linhas, e ao relaxar na cobertura da marcação por zona.
Robinho se beneficia do esquema do técnico Mark Hughes, que apesar de galês não se utiliza do 4-4-2 britânico rígido. O City joga em uma espécie de 4-5-1, variando para o 4-4-2 com a bola - e Robinho é exatamente este jogador que deixa o meio-campo em velocidade para se transformar no segundo atacante. Mantendo esta característica, o camisa 10 do City tem boas condições de se consagrar com sucesso na Inglaterra.
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