Frente a uma equipe defensivamente disposta no tradicional 4-4-2 britânico (mais conhecido como o "duas linhas de quatro"), é preciso aliar movimentação com infiltração. Movimentação entre meias e atacantes para dispersar os marcadores; e infiltração para ocupar os espaços criados pela movimentação, às costas de uma das linhas defensivas.
Contra a Colômbia, o Brasil não fez isso. Nem teve movimentação, nem infiltração. Como analisamos ontem aqui no blog Prancheta, o técnico Dunga não conseguiu repetir o sucesso do sistema tático 4-5-1, que ele manteve com rigidez de conceitos.
Ao contrário da Venezuela, a Colômbia não avançou de maneira desordenada. Marcou nas duas linhas de quatro jogadores, enquanto o Brasil atacava com apenas quatro (exatamente a metade) - os três meias em linha, mais o centroavante de referência. Para agravar a previsibilidade das jogadas brasileiras, além da falta de movimentação dos meias, os laterais e os volantes não se apresentaram para o jogo.
Frente às duas linhas de quatro, era fundamental para o Brasil contar com o apoio dos laterais e com a passagem dos volantes. Seriam eles os responsáveis pela ruptura do bloqueio defensivo colombiano. Mas tanto os laterais - Maicon e Kléber - como os volantes - Gilberto Silva e Josué - preferiram atuar de maneira burocrática, exageradamente preocupados com o posicionamento defensivo, sem auxiliar os meias - pareciam jogadores de "Fla-Flu", presos nos seus setores.
No vídeo abaixo, Josué ensina como não se deve jogar quando se precisa de um volante participativo. Ele cumpre bem a primeira função - o desarme - mas desiste completamente de apoiar. Mesmo com espaço para avançar e criar opções, atraindo a marcação, ele nitidamente pára quando percebe que ultrapassou o meio-campo, recua e ainda atrapalha Kaká, bloqueado pelo próprio Josué.
Confiram no trecho selecionado para nossa análise os erros cometidos por Dunga no sistema 4-5-1, que custaram o empate em 0 a 0 com a Colômbia:
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