Kaká não recebeu ajuda dos volantes no campo ofensivoFoto: Marcelo Sayao/Agência EFE |
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Contra a Colômbia, o técnico Dunga repetiu o sistema tático 4-5-1 que deu certo na goleada de domingo sobre a Venezuela. Mas no Maracanã, contra um adversário melhor posicionado defensivamente, o Brasil não obteve o mesmo sucesso, e apenas empatou. Por quê?
Analisamos aqui no blog Prancheta a competência do 4-5-1 frente a uma Venezuela que atacava de maneira desordenada. E aí, organizado com uma linha de três meias, o Brasil emplacou diversos contra-ataques em velocidade. O sistema tático, lá na Venezuela, foi beneficiado ainda pelo bom aproveitamento dos atacantes.
A Colômbia, entretanto, não reprisou os erros venezuelanos. Sem a bola, a seleção visitante armou um rígido 4-4-2 britânico, com duas linhas de quatro jogadores compactadas - ora adiantando a marcação para induzir o Brasil à ligação direta, ora recuando para abrir espaço ao contra-ataque. Sem retranca, com a posse de bola a Colômbia liberava seus laterais e meias, jogando com naturalidade.
O problema do técnico Dunga foi não reconhecer que apenas com os três meias (Robinho na esquerda, Kaká no meio e Elano na direita) e com Jô na frente, não seria possível vencer duas linhas de quatro jogadores. Era preciso que os volantes se apresentassem, aparecendo entre as duas linhas, para empatar a disputa.
Mas nem Josué, nem Gilberto Silva, têm qualidade, ímpeto ou inteligência tática para compreender a importância deste apoio à linha de criação. E assim, com a dupla de volantes parada no próprio campo, o Brasil atacava com quatro jogadores, contra as duas linhas de quatro colombianos. Não há movimentação que resista a uma carência numérica deste tamanho: dois marcadores para um.
Dunga não modificou o cenário nem com as alterações. Pato entrou no lugar de Robinho, mas o treinador brasileiro "rebaixou" Jô para o lado esquerdo da linha de meio-campo; Mancini entrou no lugar de Elano no mesmo setor - o lado direito da articulação. O 4-5-1 se manteve apesar da presença de dois atacantes de ofício, improvisando-se Jô na armação. Fato agravado pela burocracia dos volantes, e também pela pequena participação dos laterais, presos demais na linha defensiva.
O empate em 0 a 0 com a Colômbia comprova que Josué e Gilberto Silva não são volantes com capacidade para produzir algo além do desarme, principalmente quando o Brasil enfrenta seleções bem posicionadas defensivamente. Este 4-5-1 que deu certo contra a Venezuela pode ser mantido desde que à frente da área brasileira vejamos volantes com características mais ofensivas, como Lucas, Hernanes ou Anderson - e desde que Dunga permita que eles se apresentem para jogar.
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