Foto: Diego Vara |
Durante exatamente uma hora e 10 minutos, torcedores e jogadores do Inter sonharam juntos com um título que parecia impossível na última rodada do Brasileirão. No Beira-Rio, o time confirmava a vitória sobre o Santo André. No Rio, surpreendentemente, um time formado por reservas do Grêmio tinha atuação destacada e conseguir controlar o Flamengo. Não adiantou: o Flamengo chegou ao segundo gol e confirmou o título, deixando o Inter em segundo lugar.
Foi uma tarde espantosamente tensa no futebol gaúcho. Marcelo Rospide, orientado pelos dirigentes, escalou sete reservas e, diante de um Maracanã lotado encarou com naturalidade a força do Flamengo. Um dos reservas, Roberson, um novato, revelado pela base, fez 1 a 0 logo aos 21 minutos do primeiro tempo fazendo a torcida do Inter vibrar com entusiasmo pela primeira vez diante de um gol do velho rival.
Bem no mesmo período, aos 21, o torcedor do Inter teve ainda mais motivos para festejar. Alecsandro fez 1 a 0 no Santo André e, a partir dali, um título que parecia improvável começou a ficar possível.
Não diminuiu a confiança nem quando David fez o gol de empate do Flamengo, aos 29 minutos. O empate ainda mantinha garantia o título do Inter, reforçado pelo gol de Índio três minutos depois.
No Rio, o Flamengo foi para o intervalo atordoado, sem exercer o domínio esperado. Em Porto Alegre, o Inter entrou no túnel sonhando com o título do Brasileirão.
Na volta para o segundo tempo, o sonho durou mais 24 minutos até o zagueiro Ronaldo Angelin fazer o segundo gol do Flamengo, virar diante do Grêmio e começar a encaminhar o título. No Beira-Rio, o Inter fez 3 a 0 por Andrezinho (em outra cobrança perfeita de falta), Giuliano ampliou aos 37 e Nunes descontou aos 40. Mesmo com a desvantagem do Grêmio no Rio, o torcedor do Inter cantava: ele sabia desde o início que teria de se contentar apenas com a´Libertadores.
A decisão não ocorreu ontem. O título foi perdido ao longo do campeonato, com a sucessão de equívocos dos dirigentes, a escalação de reservas em alguns jogos por priorizar outras competições (com a ideia equivocada de que seria possível recuperar pontos) e, por fim, a venda de titulares importantes.
A saída de Nilmar, principalmente, enfraqueceu o time titular. Por isso, o torcedor nem sofreu tanto. Ele sabia que o título seria complicado.
A propósito
Os jovens jogadores escalados pelo técnico Marcelo Rospide deram um exemplo digno de profissionalismo. Enfrentaram e muitas vezes controlaram o Flamengo, encararam um Maracanã lotado, fizeram o possível. Não conseguiram, claro, porque o time estava enfraquecido demais, mas deram um exemplo de dignidade, sob risco de ficarem em situação difícil perante a parcela da torcida que exigia uma derrota. Foi uma grande atuação do time.
Jornalista desde abril de 1970, formado pela Ufrgs em 1971, catarinense de Criciúma, onde nasceu no distante 27 de setembro de 1948. No blog, como tem acontecido até agora, você não verá apenas futebol, mas um olhar também sobre os outros esportes, além de um bom espaço para debate.
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