Magrão comemora o primeiro gol na BomboneraFoto: EFE/ZH |
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O Internacional teve finalmente a atuação firme e madura fora de casa que há muito devia aos seus torcedores. Bem armada taticamente, a equipe colorada soube suportar a pressão natural que o Boca exerce no seu estádio e, acima de tudo, no segundo tempo, soube tirar proveito do talento de seus principais jogadores para marcar dois gols, garantir a vitória e terminar com a maldição da Bombonera.
Tite acertou ao colocar Bolivar como lateral, no lugar de Ângelo. Mais alto e mais firme na marcação, o zagueiro ajudou a sedimentar o sistema defensivo colorado. Contando com duas linhas de quatro jogadores, o Inter congestionou o meio de campo e dificultou as ações do Boca, que teve mais domínio de bola, mas criou poucas oportunidades para marcar.
O defeito na primeira etapa foi a dificuldade de ligar o contra-ataque. D'Alessandro desempenhou papel importante na retenção de bola, mas não teve o tempo certo para se desfazer da jogada e lançar os companheiros. Por isso, o Inter raramente chegou ao ataque nos primeiros 45 minutos.
Na etapa final, porém, a coisa mudou. Já a dois minutos o time avançou em bloco e Magrão fez boa abertura para Nilmar pela direita. O atacante foi para a linha de fundo enquanto o volante seguiu em direção a área. O cruzamento saiu na medida e Magrão não desperdiçou. Com a perna esquerda, se antecipou à marcação e fez um a zero.
A bola tocou no travessão e voltou ao campo depois de cair dentro do gol. Magrão ainda confirmou de cabeça, mas não havia necessidade: o replay mostrou que o bandeira já corria em direção ao centro, confirmando o gol colorado na primeira conclusão.
Time que jamais desiste, o Boca foi para frente, tentando empatar, o que acabou conseguindo com a ajuda de Edinho. Afoito como sempre, o volante cometeu um pênalti desnecessário. Riquelme, já em campo, cobrou forte no canto esquerdo. Lauro saltou certo, mas não teve tempo de tocar na bola.
Parecia que o gol levaria o Boca à uma pressão insuportável. Por alguns minutos, a bola efetivamente não saiu do campo do Internacional. No entanto, D'Alessandro e Alex se encarregaram de colocar água fria na fervura argentina.
Numa jogada combinada pela esquerda, Alex abriu para o argentino pela esquerda e correu para a área. D'Alessandro dominou, levantou a cabeça e fez uma devolução perfeita pelo meio das pernas do marcador. Goleador, Alex completou de primeira, rasteiro, no lado esquerdo do goleiro, para colocar o Inter em vantagem novamente.
Daí para a frente, o que se viu foi o Boca perdendo gradativamente a força e a organização. Nas vezes em que conseguiu chegar no ataque, superando a defesa, escabarrou no goleiro Lauro, que teve uma grande atuação. Com direito até a defender até falta cobrada no canto direito por Riquelme.
No final, com o adversário desanimado, o Internacional teve três ou quatro contra-ataques onde o terceiro gol não saiu por detalhe. Ainda com a bola rolando, a Bombonera testemunhou o fato raro: os gritos de olé da pequena, mas vibrante torcida colorada.
Os céticos, com certeza, vão diminuir a importância do resultado, lembrando que o Boca Júniors não utilizou força máxima, o que é verdade. Mas, no segundo tempo, vale lembrar que até o grande Riquelme foi colocado em campo.
Além do mais, o Internacional fez a sua obrigação. Ganhou bem em Porto Alegre e repetiu a dose na casa do adversário. A rotina de tremer contra o Boca acabou. Os colorados estão de alma lavada. Com toda a razão. Afinal, quebrar tabu com vitória e direito a olé na Bombonera é um fato histórico em qualquer circunstância.
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