O fanatismo compromete a capacidade de discernimento dos torcedores. Uma prova disso são os comentários postados em notícia anterior, sobre o Boca Júniors. A nota foi publicada ontem pela manhã e apenas refletia a situação da Bombonera frente à ascensão do time na luta pelo campeonato argentino.
Se o Boca já considerava a competição nacional prioritária, a ponto de escalar reservas na Copa Sul-Americana já na fase anterior, nada mais óbvio que o interesse se torne muito maior agora, no momento em que o time conseguiu chegar a liderança.
No entanto, bastou eu ressaltar esse detalhe para que colorados furiosos surgissem de todos os lados a concluir que estou desmerecendo a Copa Sul-Americana apenas porque o Internacional pode conquistá-la.
Menos, amigos, menos. Devagar com o andor que o santo é de barro e pode quebrar. Para começo de conversa, os senhores esqueceram que o próprio Internacional colocou a competição em segundo plano na fase anterior, quando escalou time reserva para enfrentar o Universidad Católica.
Depois, há muito tempo, contrariando a tese de que o time deveria continuar lutando por uma improvável vaga na Libertadiores, venho afirmando que o Internacional deveria valorizar a disputa da Sul-Americana porque é um título que, mesmo sem a projeção da Libertadores, garante várias vantagens.
O clube ganha dinheiro(as quotas vão crescendo na medida em que os clubes avançam), prestígio e ainda, de quebra, o direito de disputar a Recopa contra a LDU, atual campeã da Libertadores. Sem contar que a história não coloca um asterisco para explicar a forma que determinado título foi conquistado. O que fica para a eternidade é o nome do campeão.
Então, que papo é essa de desvalorizar a Sul-America? Por noticiar um fato verdadeiro envolvendo o adversário? Mas o que posso fazer se o Boca está mesmo dando prioridade para o campeonato argentino? Brigar com a notícia?
Na tentativa de mostrar que eu estava errado, alguns colorados citaram o fato de que Riquelme pediu para jogar, o que é verdade. Bom, em primeiro lugar, esse pedido surgiu ao longo da segunda-feira, ao passo que a nota do blog foi postada pela manhã, repercutindo os resultados do final de semana.
Depois, a decisão de Riquelme é individual e não reflete o pensamento da instituição. Alex, por exemplo, seria poupado contra o São Paulo, mas pediu para jogar. Nem por isso, o Internacional mudou de opinião sobre a importância do jogo e escalou time completo no Morumbi. Como estava previsto, D'Alessandro, Nilmar, Índio e Magrão foram poupados.
O mesmo vale para o Boca. O capitão e líder pediu para jogar e foi relacionado entre os jogadores concentrados para a partida. O que não significa mudança de foco nos planos do clube, que segue dando prioridade para a conquista do título argentino.
Por fim, amigos, deixo claro que não uso subterfúgios para dizer o que penso. Sou muito claro e objetivo ao manifestar minhas opiniões. Se achasse que a Sul-Americana é uma competição sem valor - o que, repito, não é o caso -, argumentaria com todas as letras. Sem medo de cara feia.
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