Réver, Léo e Morales foram condenados pelo STJDFoto: Grêmio/Divulgação |
Não sou do tipo que costuma ver chifre em cabeça de cavalo, mas sou obrigado a admitir que, no mínimo, existe má vontade dos auditores do STJD contra o Grêmio. É o mínimo que dá para dizer depois do julgamento triplo de hoje, em que Léo, Morales e Réver pegaram punições severas e, ao menos no caso dos dois últimos, injustas.
Léo foi condenado a 120 dias de suspensão. Réver pegou três jogos de gancho e o atacante Richard Morales, a oito. Em relação a Léo, não há o que reclamar: além de reincidente, ele claramente se envolveu em atitude antidesportiva ao revidar uma agressão de Jorge Henrique, que também foi condenado a quatro meses de suspensão.
Quanto a Réver, seu desafeto no lance, o meia Carlos Alberto, também foi suspenso por oito jogos. Mas o caso não era nem para ter sido levado a julgamento. No tribunal, os dois deveriam ter sido absolvidos, pois o que houve foi uma provocação normal em futebol.
No entanto, nada explica o rigor na punição de oito jogos aplicada em Morales. Denunciado primeiramente no artigo 254 (jogada violenta), o atacante também foi julgado no artigo 258 (assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva) por supostamente ter acertado a genitália do adversário. Pegou três jogos no primeiro e mais cinco no segundo, totalizando oito.
A questão é que Morales foi julgado e condenado por um lance que, no jogo, foi visto e julgado pelo árbitro, que não viu motivo para ir além de aplicar cartão amarelo ao atacante gremista. Levado ao tribunal pelo procurador da Justiça Desportiva, que viu o lance pela TV, Morales levou uma punição severa e injusta frente à realidade dos fatos.
- Querem nos tirar o campeonato no tapetão, protestou com razão o presidente Paulo Odone.
Para tentar amenizar o estrago, o Grêmio vai entrar com recurso suspensivo, pedindo novo julgamento dos três jogadores pelo pleno do STJD. Mas, ao menos enquanto não obtém a suspensão das penas, Celso Roth fica sem quatro titulares para enfrentar a Portuguesa - Tcheco, vale lembrar, também foi suspenso no começo da semana.
Não sou adepto da teoria da conspiração levantada com muita freqüência por dirigentes e torcedores gremistas, para quem o mundo sempre está contra o Grêmio. Mas, a exemplo do que aconteceu com o Internacional em 2005, o Grêmio vem sendo sistematicamente prejudicado por decisões extracampo. Assim, não há time que resista.
Aos internautas que já me chamam de incoerentes por endossar as suspeitas levantadas contra o comportamento do STJD, esclareço que a comparação não serve. Uma coisa é desconfiar da conduta dos profissionais que fazem a sua vida em cima do trabalho no futebol.
Outra, bem diferente, é discordar das atitudes de pessoas de outras áreas, que se envolvem com o esporte sem o mesmo compromisso, como os auditores da Justiça Desportiva. Além disso, os problemas nessa área não vêm de hoje.
A discrepância de resultados nos julgamentos é fato histórico e indesmentível. Tanto que, no ano passado, o pleno do STJD chegou ao cúmulo de livrar o atacante Dodô, do Botafogo, de uma acusação de doping formalizada em prova e contra prova laboratorial.
Foi um escândalo tão grande que a Fifa interveio no caso e levou o assunto para um tribunal internacional na Suiça, onde Dodô pegou dois anos de suspensão.
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