Manga ergue a taça com Figueroa e no time de 75Foto: Reprodução |
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As novas gerações de torcedores colrados apontam Clemer como o maior goleiro da história do clube. Modestamente, discordo. Em termos técnicos, ele fica a léguas de distância de Manga, que marcou época no Beira-Rio como titular da equipe bicampeã brasileira e octacampeã gaúcha dos anos 70.
Manguita era tão bom que ganhou o apelido de Fenômeno. Suas defesas na final contra o Cruzeiro, em 1975, por exemplo, foram sobrenaturais. Numa delas, o lateral Nelinho, um dos melhores chutadores da história do futebol brasileiro, cobrou uma falta com incrível efeito. Manga já estava no ar e, de modo inacreditável conseguiu contorcer o corpo e espalmar a bola que mudava de direção. Entre outras façanhas, chegou a jogar com um dos dedos da mão quebrados, sem comprometer seu rendimento.
Clemer ganhou os títulos mais importantes, é verdade. Foi campeão mundial e continental, enquanto Manga não passou de conquistas nacionais. Ocorre que não dá para comparar as conquistas sem a devida contextualização histórica.
Até 1975, ano do primeiro título nacional colorado, o futebol gaúcho jamais havia conquistado nada acima do rio Pelotas. Na época, prevalecia uma frase provocativa do técnico Galego, um especialista em times da zona sul do Estado, segundo a qual o limite da dupla Grenal era o Gauchão.
Nesse contexto, os títulos de 1975-76 tiveram na sua época repercussão incompreensível para as novas gerações de torcedores, que não vivenciaram a dificuldade enfrentada pelos dois grandes do Rio Grande do Sul para romper fronteiras e se impor fora daqui.
Por ser mais velho que boa parte dos torcedores de hoje e ter acompanhado aquela fase de transição, afirmo sem medo de errar que Manga foi melhor e mais importante goleiro da história colorada.
Sem desmerecer os méritos de Clemer, que são muitos, Manguita foi bem superior.
Por falar em Manga, o ex-goleiro do Inter, Botafogo, Grêmio, Coritiba, Nacional do Uruguai e Seleção Brasileira foi tema de reportagem da última edição do Esporte Espetacular. Pobre, sem dinheiro, Manguita voltou ao Equador, onde também jogou e trabalhou, em busca de emprego. Confira:
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