Meu nome é Carlos André Moreira, sou jornalista e crítico literário e trabalho em Zero Hora há mais de 10 anos.
Mas vocês provavelmente me conhecem melhor agora por Corujão Olímpico.
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Foram duas semanas e três fins de semana trabalhando no mesmo fuso horário da equipe de Pequim, mas sem estar lá. O que por um lado é ruim porque a China deve ser um lugar muito interessante, e por outro é ótimo, porque só se chega lá de avião, e eu odeio viajar de avião. Nesse período, uma coluna diária no jornal e um blog atualizado ao correr da madrugada, e nos dois o exercício fundamental foi sempre o da opinião bem humorada, da observação sarcástica e o total descompromisso com critérios de qualidade quando o assunto era um trocadilho infame.
Agradeço, portanto, aos que não só resistiram à leitura das colunas (ainda bem que eram curtas, não?) como ainda acompanharam com freqüência o blog e, como tem gosto para tudo, até gostaram.
Sério agora, muito obrigado.
Obrigado a todos os que compraram o espírito da brincadeira e que souberam ver na coruja um espaço em que eles próprios, os que simplesmente queriam sentar à frente da TV e torcer, podiam se sentir representados. Os que não querem o mal de ninguém mas que acreditam que poucos assuntos merecem a perda de uma piada. A esses, meus irmãos, saludos.
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No começo não era para ser “Corujão Olímpico”, vocês que decidiram isso – já disse antes e reitero: enquanto vocês votavam, eu torcia para que o pseudônimo “Insone” ganhasse, mas depois a sabedoria democrática mostrou-se outra vez acurada, porque eu teria passado algum trabalho para arranjar metáforas engraçadas e mesmo um tom mais acertado se não contasse desde o início com uma série de comentários empolados e auto-referentes com “penas”, “bico”, “plumas”, “asas” e assim por diante. Portanto, embora vocês tenham me feito pagar o mico (ou melhor a coruja) de fingir por duas semanas que era uma ave zoiuda, no fim vocês estavam certos. Acho que é assim que as coisas sempre acabam se processando no jornalismo, no fim das contas, mesmo quando se pratica em jornal algo que só muito vagamente pode ser chamado de jornalismo, como foi o caso desta coluna.
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Ok, eu reconheço. Pedir que vocês adivinhassem quem eu era foi capcioso, porque não sou uma figura conhecida e acredito que apenas uma pequena parcela do povo que acompanhou a coruja reconheceu no Corujão o crítico literário da casa. Ou o sujeito que escreve no Segundo Caderno e no Caderno Cultura sobre temas culturais diversos e que de qualquer atividade física que não seja futebol não entende quase nada (isso vocês agora já sabem, basta deduzir olhando a foto que ilustra esta página).
Ainda assim, foi bastante divertido acompanhar os palpites e as tentativas feitas pelos nossos preclaros leitores, algumas delas motivo de injustificado orgulho, como os dois ou três que juravam que eu era o Luis Fernando Verissimo. Aproveito para garantir ao Verissimo que eu não tenho nada a ver com isso, foram palpites legítimos de leitores que, juro, não eram meus parentes tentando elevar um pouco a reputação das piadas sofríveis do correspondente coruja.
Ainda assim, tentei semear aqui e ali comparações talvez estranhas mas voluntárias entre o que estava acontecendo e literatura. Menções a Jane Austen, a Henry James, a Eduardo Galeano, entre outras, foram minha tentativa de não ser desleal no jogo da adivinha e ainda manter o suspense que estava tornando tudo tão divertido.
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E parabéns aos leitores Leila, Ronaldo e Lucas Pessotto (os dois primeiros não informaram seus sobrenomes), que se manifestaram no mural de ZeroHora.com e acertaram na mosca, ou melhor, na coruja, a identidade do correspondente madrugador. O perspicaz Ronaldo decifrou até mesmo a dica que eu havia apresentado, a de ter um nome e um sobrenome idêntico ao de um dos integrantes da equipe de atletismo do Brasil. No caso, José CARLOS MOREIRA.
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Ah, sim, dois últimos comentários: o primeiro é que, ao contrário do que o David Coimbra já andou espalhando nas crônicas dele, eu não ando pra todo lado usando capa-de-chuva e chapéu. Ao menos não mais, é uma longa história, não me perguntem.
O segundo: são todos bem-vindos no outro blog que este ser humano, ex-coruja, mantém em Zero Hora.com, o Mundo Livro (www.zerohora.com/mundolivro). Tá certo que para alguns eu posso não parecer tão engraçado lá. Mas quem nunca me achou engraçado como coruja talvez até goste da diminuição da densidade de trocadilhos por posts.
Novamente, obrigado e nos vemos nas páginas de Zero Hora.
A participação do Brasil nesta Olimpíada foi feminina. Nos esportes coletivos, onde reside sempre a grande força das participações brasileiras, as garotas do Brasil foram mais adiante que os homens: Marta e sua seleção conquistaram uma prata com sabor amargo pela derrota contra os Estados Unidos. As jogadoras de vôlei, por sua vez, souberam vencer as americanas e conquistar um ouro inédito. Inédito como o ouro de Maurren Maggi, que é também o símbolo do equilíbrio no quadro de medalhas brasileiras entre as obtidas por homens e mulheres:
Além de Maurren, Ketleyn Quadros, Natalia Falavigna, as velejadoras Fernanda Oliveira e Isabel Swan. Cinco medalhas contra seis semelhantes obtidas por atletas como César Cielo, Tiago Camilo, Leandro Guilheiro ou a dupla Fábio Luiz e Márcio.
Saudações às garotas. E que seja melhor em Londres.
Vocês acham que é fácil esta vida de coruja?
Animal de hábitos por si só pouco gregários, esta ave está ficando ermitã devido à ausência quase total de acompanhantes para estas jornadas madrugada afora. Como segunda-feira finalmente sai o último caderno especial de Pequim, ali vocês saberão quem é o corujão infame que trouxe a vocês essa Olimpíada mais do que sonolenta, madrugadora.
Enquanto isso, vocês ainda podem dar seus palpites no mural sobre a identidade da ave. Para ajudar,vai abaixo um último vídeo retratando a solidão noturna deste repórter emplumado.
Legenda Infame para Foto Esquisita. Esta é a 12ª, não perca a conta.
— Japa punk é a tua avó!!!
O japa punk (ops, desculpe) na foto é Wang Hao, finalista do ping pong individual, e é chinês. Foto: Chitoze Suzuki/AP
Ok, eles ganharam, já é a segunda vez que obtêm um título que nós sempre deixamos escapar e pagamos o vale de estar no pódio do bronze com eles no ouro.
O que me consola é que estamos na frente do quadro geral, e a menos que eles ganhem outro ouro vamos continuar assim.
Quer outro consolo? Veja o rapaz bonito esse aí de cima, o De Maria, autor do gol que deu aos cor...rentinos sacanas a medalha de ouro.
Não é a cara do E.T. aquele da dupla com o Rodolfo?
Bueno, preclaros leitores.
Vamos recapitular o que vocês já sabem sobre o Corujão Olímpico, que terá sua identidade revelada ao grande público na edição de Zero Hora de segunda. As informações foram retiradas das dicas que dei ao longo das últimas semanas aqui e na página do jornal.
O Corujão Olímpico:
* Não é o David Coimbra
* Tem um NOME e um SOBRENOME igual ao de um dos atletas em competição em Pequim. Vou ser mais específico ainda para facilitar a vida de vocês: É um NOME e um SOBRENOME igual ao de um dos integrantes da equipe brasileira de atletismo – isso reduz o campo de busca a uns 48 atletas, no máximo.
* A julgar pelos braços peludos que aparecem no vídeo ali da rotina da madrugada, a coruja ou é um homem ou tem de parar de tomar hormônios com urgência.
* Não é o David Coimbra
* Escreve em Zero Hora regularmente. Mas não no Esporte. Portanto, não é o Guilherme Fister. O corujão Já foi da equipe, mas só em tempos de mobilização devido a algum evento especial volta ao convívio dos ex-colegas.
* Ao longo desses dias de Olimpíada, semeou algumas dicas veladas de sua área de atuação no jornal e no blog, na forma de associações e comparações com elementos não necessariamente pertencentes ao universo do futebol e afeitos a seu campo de trabalho.
* Não é um personagem famoso ou uma celebridade local (micro ou não). É um jornalista de Zero Hora. Portanto, não é o Luís Fernando Verissimo, a Martha Medeiros, o Piangers, o Potter, o José Pedro Goulart, a Duda Streb.
* Caso ainda não tenha ficado muito claro, isso exclui também o David Coimbra.
Últimas chances de matar a charada. Acessem o mural e palpitem, folks.
Até segunda.
Foto: Thomas Kienzle/AP
Com um salto fantástico, de 7,4m 7,04m , Maurren Maggi conquistou nosso segundo ouro e nos fez subir na classificação geral, arruinando a melhor piada desta madrugada — a do Borat, ainda está aí embaixo.
Mas tudo bem, estou contente e não o contrário.
Segundo ouro significa que agora aqueles correntinos castelhanos de uma figa podem até ganhar a medalha do futebol e, com todas as outras já conquistadas, ainda assim estaremos à frente no quadro de medalhas, cumprindo nossas expectativas modestas.
Foto: David J. Phillip/AP
O cidadão aí em cima é o esloveno Damjan Sitar, competidor do Decatlo.
Esta coruja, solidária, espera sinceramente que esse objeto cilíndrico que ele está examinando com tanta atenção seja o dardo que ele deve lançar na competição.
Se for outra coisa, acho que começo a compreender a expressão do atleta.
— Arô? Cebeéfe? Agora que Burazil jogou tão mal, quelia sugeston soble que fazê com bandela, né?
— !*&$#¨$(@#&!
— Soka... o quê? Non entender. Eu chinesa, não falar japonês, né?
Na foto, uma torcedora anônima do Brasil em Xangai antes da disputa do bronze, brandindo a bandeira alegre, provando que o carisma da seleção resiste até mesmo aos fatos... Foto Armando Franca/AP
Balaca:
Just Do It
O alemão Andre Niklaus, do salto com vara, por algum motivo que eu desconheço, acha bacana revestir de dourado a parte do tênis que menos se vê...
Pessoalzinho que não está acostumado com medalha dá nisso. Como os italianos Antonio Scaduto (direita) e Andrea Facchin, na foto abaixo, premiados com bronze na prova de 1000m no caiaque para duplas (Foto de Kirsty Wigglesworth/AP)
Como vocês podem ver, enquanto um confundia a medalha com um biscoito, o outro achou que fosse um medalhão de bisteca...
Bueno, já que esta madrugada está especialmente tediosa e eu não quero pegar no sono nem escrever pouco para que vocês não me achem um vagabundo, tive a idéia de ir até o Mural onde vocês estão dando suas respostas sobre a anônima identidade desta coruja e dialogar um pouquinho com as respostas de vocês — não todas, claro, que muita gente repetiu os mesmos palpites:
* Acho q este tal de Corujão é o David Coimbra, é bem o tipinho dele....noturno!!! hahahahaha
Maurício Centeno
Não, Maurício. O David pode ser um tipinho noturno, mas atualmente está trabalhando durante o dia lá em Pequim.
* pela largura deve ser o daniel carvalho, kikikikikiki!
Maria Paula Azevedo
Maria Paula, bom palpite. Assim como ele, estou encostado. Mas na cadeira, vendo TV. Não foi desta vez.
* Acho que deve ser o Cleber Grabauska pois é o homem dos plantoes.
Henrique Martins
Henrique, Coruja é pássaro, não planta, plantinha ou plantão. Tente de novo
* A corujita é a Carol!
Germana Lopes
Quem?
* Só pode ser o David Coimbra . Ele fala com o clodovil e juntos elaboram estes ótimos comentários.
ROBERTO CARLOS L. SARTORIO SARTORIO
Duplamente errado. Eu não sou o David, e falo é com o Ronaldo Ésper
* É o Iotti!
Paula K
Na verdade, Paula, eu sou o Nonno
* Obviamente é a Carol. Corujita, não te esconde do teu povo que te aclama!
Brunna Radaelli
É realmente popular essa Carol...
* O Corujão insone das madrugadas olímpicas é o Luís Fernando Veríssimo...
Carol P.
Nunca fui tão elogiado em toda minha vida. Já o Verissimo nunca foi tão insultado... E é tu a Carol essa que tanto falam?
* Eu acho que é o Piangers..heheheh
Dulciana Sachetti
Eu acho que não. rerere
* Potter?
Kuki...
Não, Severo Snape
* O corujão é o José Pedro Goulart. Acertei?
Silvana Ribeiro
Não, errou.
* Eu acho que é o Paulo SantAna, além de ser GREMISTA ele também é engraçado, sou fã dele!!!
Éliton Caetano
O Sant'Anna é engraçado, não infame. Tente de novo.
Agora, hora de tentar de novo. Clique aqui para outro palpite.
Vocês acham que só eu estou largando a Olimpíada de mão?
A própria Sportv já prefere mostrar treino de fórmula 1 em vez da empolgante partida de ping pong entre um chinês e um coreano.
Foto: Rubén García/EFE
Já que a nossa dupla do vôlei de praia perdeu, restou-nos apenas observar a comemoração cinematográfica realizada pelos vencedores, a dupla americana Philip Dalhausser e Todd Rogers.
Não achou?
É só olhar a imagem abaixo e comparar...
Espero que você não seja um maldito filisteu que não se lembra ou nem sabe que a cena acima mostra Deborah Kerr e Burt Lancaster em uma das seqüências mais célebres de A Um Passo da Eternidade
Acabou faz pouco, com vitória dos americanos por 3 sets a 2, uma das grandes partidas desta Olimpíada não só no vôlei mas em qualquer esporte. Disputada, emocionante, com reviravoltas empolgantes.
Comentário número 1: os locutores do Sportv continuam tendo sérios problemas para discernir QUADRA de CAMPO.
Comentário número 2: agora que as Olímpíadas estão em seus estertores, esse jogo pode ter sido uma das últimas possibilidades de emoção esportiva real.
O jeito agora é se contentar com o ping pong entre Croácia e China...
Para assistir à Olimpíada na China, não é preciso ser um bamba em esportes, é preciso ser um insone, um antípoda no planeta sono. Neste espaço, o Corujão Olímpico acompanha as transmissões dos jogos em plena madrugada tentando manter você bem informado entre um bocejo e outro.
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