Estou escrevendo este post bem atrasado. Mas como estávamos no Haiti, a falta de luz acabou nos impedindo conectar a rede. Já estamos no Panamá, nosso último destino rumo ao Brasil. Antes, porém, tenho de contar uma experiência que eu, o fotógrafo Fernando Ramos e o professor Ricardo Seitenfus vivemos na manhã de segunda-feira. Fomos visitar o presídio Central de Porto Príncipe, capital do Haiti. Foram apenas 45 minutos de visitação, mas o suficiente para presenciarmos o extremo da miséria humana.
Era o humano tratado como lixo. E para o humano tratado como lixo, ainda não há tratamentos no Haiti. Enquanto isso, homens disputam como animais a água que jorra de pequenos orifícios no pátio do presídio. Estavam nus, despidos de roupas, respeito e dignidade. Não conhecem a aplicação dos valores humanos. Alguns estão ali apenas porque são suspeitos. Ainda não há condenação judicial, mas já estão condenados. Condenados a entrar em uma prisão com criminosos. Tratados como criminosos. Jogados em um pátio onde o esgoto corre a céu aberto. Fazendo suas necessidades em patentes fétidas, sem direito a privacidade. Sem dignidade.
É complexo falar em direitos humanos para os presos do Haiti quando falta a aplicação de direitos até mesmo para quem vive em liberdade. Tão dolorido quanto ver um preso nu disputado um pouco de água como se fosse um animal, foi ver mulheres se lavando na água do esgoto que os porcos usam para beber. O Haiti precisa de atenção.
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