Virna, de volta às quadrasFoto: Júlio Cordeiro, Banco de Dados |
Levei um susto quando li a manchete de que a Virna estava sendo contratada pelo Rio de Janeiro para reforçar o time na Superliga 2008/09, no início do mês. Afinal, ela está há tempos no vôlei de praia. Pois bem, é verdade, o convite surgiu em novembro de 2008, durante o casamento da Leila com o Emanuel. Pois bem, o negócio está fechado e ela já começou a treinar.
A veterana de 37 anos é xodó de Bernardinho, técnico do Rio de Janeiro. Quando sofreu a falta de Michele, ponteira passadora que lesionou o pé, o comandante imediatamente pensou em Virna. Pelo Rio de Janeiro, ela treinou pela primeira vez hoje, sozinha, na Barra da Tijuca.
— É motivação, vontade de trabalhar em grupo, jogar em uma equipe competitiva com um super-técnico, que é o Bernardo — disse a jogadora ao Globo Esporte.
A relação técnico-jogadora começou em 1993, quando Virna passou a ocupar permanentemente uma vaga na Seleção Brasileira que foi campeã no Grand Prix de 1994, vice no Mundial do mesmo ano e da Copa do Mundo de 1995. Em 1996, foi titular no lugar de Hilma na Olimpíada de Atlanta. Lembram do bronze? Pois bem, é a temporada em que minha memória está mais viva quanto a Virna.
Guerreira, constante, regular, o tipo de jogadora que todo técnico quer comandar: uma operária, obstinada, dedicada. Desde então, conseguiu a vaga de titular, conquistou mais um bronze em Sydney, três títulos de Grand Prix (1996, 1998 e 2004), e encerrou sua carreira pela seleção nas quadras após o fiasco de Atenas.
Foi quando ela optou pelo vôlei de praia. Ou seja, são quatro anos de vivência em uma modalidade que requer muita resistência, muita perna, e movimentação. Só que não precisa ser nenhum expert pra saber que entre o vôlei de praia e o vôlei de quadra há uma distância considerável.
— Eu coloquei uma palmilha de silicone para me adaptar e amortecer meu salto. Mas espero ser a Virna que sempre fui, alegre e feliz — completou.
O físico dela está ótimo, mas há o período de adaptação à quadra, sobretudo quanto ao impacto — a absorção é bem menor do que na areia. Além disso, em alguns anos o vôlei de quadra feminino mudou bastante. Altura e força são imprescindíveis.
E acho que a parte que mais pode pegar é exatamente aí, no ataque. Primeiro, ela tem apenas 1m84cm, segundo, é a força. Virna nunca se destacou muito neste quesito, suas bolas colocadas renderam na praia, mas é necessário muito mais que isso pra defender um título de Superliga.
Mas e a volta à quadra? Virna é um reforço incontestável pela sua história. Mas apenas uma aposta considerando a atual situação da jogadora. Tenho certeza que dará muita segurança, experiência, e liderança à equipe. Também será forte na defesa e no posicionamento. A expectativa é de que ela esteja apta para atuar no quarto torneio. É esperar para ver. Virna vai disputar vaga na ponta com Érika e Regiane.
A negociação
Virna foi inscrita na Superliga pelo Rio de Janeiro no último dia. Foram duas semanas de negociações para tê-la de volta às quadras. Isso porque Virna tem patrocinador no vôlei de praia e só foi liberada por três meses, período em que se encerra a Superliga, para jogar no time carioca.
Obs: Após a Superliga, ela volta à praia para retomar a parceria com Shaylyn!
Curiosidade: Além de Virna, a equipe chegou a cogitar o nome de Cristina Pirv, esposa do Giba, que há alguns anos é mãe em tempo integral.
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
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