Como é bonito ver um jogo de alto nível, um clássico que, de tanto definir os rumos da Superliga nos últimos anos, já vem revestido de uma rivalidade impossível de ignorar. Não tem como driblar os ânimos. Cimed x Minas vai ser sempre assim, mais do que um jogo, um fato, o assunto da semana, um marco. O duelo em que a Cimed venceu o Minas por 3 sets a 1 (22/25, 26/24, 25/17 e 25/20), nesta quarta-feira, na Arena Multiuso de Brusque, deu gosto de ver. Se na televisão já foi emocionante, imagino para os felizardos brusquenses que puderam ver tudo ao vivo na festa dupla do vôlei catarinense.
Primeiro set
No primeiro set, tudo ia bem, o saque funcionando como nos últimos jogos, partida sob controle, 10 a 5 no placar. Até que duas marcações erradas da arbitragem detonaram com a tranqüilidade do time catarinense e o Minas cresceu. O jogo continuou nervoso, com muita catimba e reclamação dos dois lados. A Cimed errou mais e o Minas melhorou o suficiente para vencer o set por 25/22.
Segundo set
No segundo set, o levantador Bruninho começou a usar mais o ponteiro Thiago Alves, que estava muito bem marcado. Era difícil colocar uma bola no chão sem tocar no bloqueio do time mineiro. Já o Minas, melhor ataque da Superliga, parecia não se intimidar com o bloqueio catarinense. Ainda assim o set foi equilibrado, ninguém conseguia abrir vantagem. A Cimed comandou o placar até o vigésimo ponto, momento crucial do set. Aí o Minas conseguiu passar à frente e quando o perigo dos set points rondava o time catarinense, Thiago Alves, com um lindo bloqueio simples, retomou a vantagem, no 25/24. Aí a pressão passou para o Minas; qualquer erro resultaria na derrota na parcial. E Jardel errou, para sorte da Cimed, que fechou em 26/24.
Terceiro set
O Minas continuou errando no início da parcial e a Cimed conseguiu abrir uma vantagem de três pontos. No 10 a 5, mais uma vez, um momento de nervosismo incontido: durante um tempo pedido pela equipe mineira, o levantador Rafinha e o central Deivid, do Minas, se desentenderam feio e o técnico Mauro Grasso teve que intervir para evitar uma agressão. Foi explosão de momento, já que na volta à quadra, os dois já focaram novamente no jogo. Parece que os jogadores do time mineiro são movidos a "explosões de ânimo", porque a equipe voltou mais ligada para a quadra. Não ligada o bastante para segurar os ataques pelo meio-de-rede nem o saque poderoso da Cimed, uma das grandes armas do time catarinense e que foi aos poucos minando a resistência do adversário, até fechar em 25/17.
Quarto set
O ritmo do oposto Evandro foi crescendo durante o jogo e no início do terceiro set ele foi uma das principais bolas de segurança do levantador Bruninho. Do outro lado, o ex-capitão da Seleção Brasileira Nalbert não tinha vida fácil. Quando conseguiu virar uma bola, no 7/5, aplaudiu a torcida catarinense em um gesto, aparentemente, irônico. Torcida ajuda muito, faz barulho, injeta vontade no time da casa e intimida, atrapalha a concentração dos adversários. Mais equilibrada e com um bloqueio eficiente, a Cimed tomou conta do set. Mauro Grasso troucou de levantador, inverteu o 5-1, e nada funcionou a ponto de ameaçar a vitória da Cimed, que veio em um ataque de Bruninho.
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
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