A importânca de manter a concentração o tempo inteiro no jogo de vôlei: se não tivesse pressionado o Santander/São Bernardo o tempo todo, como fez ontem, a Cimed não dormiria na liderança da Superliga masculina. Mas os comandados de Marcos Pacheco permaneceram "ligados" do início ao fim da partida e venceram por 3 sets a 0 (25/17, 25/22 e 25/20). Assim, assumiram a primeira posição da classificação geral. Tudo porque a Ulbra venceu o Minas por 3 sets a 1 (25/20, 25/19, 23/25 e 25/22), em Belo Horizonte, o que deixou as três equipes com 38 pontos. No set average, dá Cimed.
Acompanhe o cálculo:
Cimed _ 55 sets vencidos e 16 perdidos, razão 3,43
Ulbra _ 56 sets vencidos e 17 perdidos, razão 3,29
Minas _ 56 sets vencidos e 20 perdidos, 2,80
O jogo da Cimed
Primeiro set
A comissão técnica da Cimed parece ter estudado bem a equipe do Santander. No início do jogo, o saque pesou para cima do ponteiro Wilian. A tática funcionou com perfeição e o passe do São Bernardo simplesmente desmoronou. Tanto que o técnico Rubinho acabou tirando o garoto e colocando Thiago Sens em quadra. O passe até melhorou, mas era tarde demais para uma reação, a Cimed já vencia por 16 a 9 àquela altura.
E não era só o passe. Há toda uma "reação em cadeia" que se desenrola quado o saque funciona: o levantador adversário não consegue jogar, os atacantes ficam pressionados, o bloqueio toca em todas as bolas, a defesa tem condições de se armar (tanto que o líbero Mário Júnior foi eleito o melhor do jogo) e aí é só caprichar nos contra-ataques. Coisa que a Cimed também fez ontem (só perdeu sete bolas em toda a partida na situação de contra-ataque). Do outro lado, o Santander, mergulhado no buraco que a Cimed abriu em sua quadra, só foi marcar um ponto de contra-ataque no 24/17, quando Rubinho já planilhava na prancheta o time que viria para o segundo set.
Segundo set
A planilha do técnico do time paulista tinha anotações coerentes, a julgar pela mudança de armação na saída inicial do segundo set. Rubinho atrasou duas rotações e as redes ficaram equivalentes com as do adversário. Com a mudança, aliada a uma alteração na tática de saque, que perdeu peso e ganhou em flutuação, o Santander equilibrou a partida. Pressionados, os erros dos atacantes da Cimed começaram a aparecer e o time paulista começava a gostar do jogo. Aí o saque vltou a fazer estrago e com ele voltou o controle da partida. As bolas de meio do fundo de quadra, que não foram necessárias na primeira parcial, começaram a aparecer e aos poucos o bloqueio do Santander foi desmoronando diante das variações de Bruninho. Só teve uma coisa que eu não entendi: no 24/21, último ponto do jogo, o técnico Marcos Pacheco sacou o ponteiro Renato e colocou o central Henrique para bloquear. Até aí, tudo bem. O problema é que Bruninho, o mais baixo dos bloqueadores da equipe catarinense, também estava na rede e foi justamente em cima dele que o time paulista fez o ataque e virou a bola, salvando o set point. Realmente não entendi. O treinador conhece muito melhor do que qualquer um o grupo que tem nas mãos e sabe o que faz. E também não era nada que comprometeria o resultado. Mas que foi estranho, foi.
(O técnico Marcos Pacheco esclareceu depois que o repórter-analista aqui não percebeu que Bruninho já havia sido substituído e, portanto, não poderia sair novamente de quadra. Por isso a alteração não foi feita.)
Terceiro set
A Cimed não aliviou no saque no terceiro set; quando entrava! Foi a parcial com maior número de erros neste fundamento (sete, contra seis no primeiro e apenas dois no segundo set). Manter o nível no serviço é fundamental para enfrentar uma equipe que tem atacantes consistentes e um ótimo levantador. Se bem que ontem, individualmente, o Santander jogou muito mal. O único que manteve a regularidade foi o ponteiro João Paulo, o atacante de melhor aproveitamento na Superliga até o início desta rodada. Ele tentou o quanto pôde, tanto no ataque quanto com um saque arrasador. Só que não tinha jeito, ontem. O time não acompanhou. O técnico Rubinho tentou de tudo. Inverteu o 5-1 quando o jogo estava 13/11, para tentar pesar três atacantes para cima do levantador Bruninho na rede; não deu certo. A Cimed comandou o set até o final. No último ponto, com a mesma composição de rede do final do segundo set, Pacheco repetiu a alteração para aumentar o tamanho do bloqueio. Desta vez, além da entrada de Henrique no lugar de Renato, sacou também Bruninho e colocou Banana em quadra. Agora sim, tinha tudo para funcionar. Só que o ataque do time paulista ainda conseguiu fazer mais um pontinho antes de cair na quadra do Capoeirão. Só pra atrasar um pouco o gostinho da "liderança" do novo primeiro colocado.
Os resultados de ontem:
Cimed 3x0 Santander (25/17, 25/22 e 25/20)
Minas 1x3 Ulbra (25/20, 25/19, 23/25 e 25/22)
São Caetao 3x1 Bento Vôlei (27/25, 25/27, 26/24 e 25/18)
Santo André 3x0 UCS (25/23, 25/19 e 25/23)
Foz do Iguaçu 2x3 Sada/Betim (19/25, 25/17, 22/25, 25/21 e 15/10)
Purity/Cesumar 3x2 Álvares Vitória (23/25, 27/25, 22/25, 25/22 e 15/11)
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.