Natália, estrela de 18 anos do time do OsascoFoto: Divulgação |
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Não gosto nada desse papo de que, depois que o erro aparece, alguém bate no ombro e diz a clássica frase: "eu avisei". Mas nesta quinta-feira, depois de um placar inédito na minha vida (25 a 4), eu faço questão de admitir que essa frase não pára de palpitar na cabeça.
E o que pensar de uma derrota por 18/25, 25/21, 25/21 e 25/4, em casa, contra um time que já saiu vencedor deste mesmo duelo há dez dias? Falta de conhecimento do adversário? Nem pensar. Falta de experiência? Sem a menor chance. Falta de aviso? Ah, essa não. Faltou o que, afinal, para a equipe de Brusque?
A derrota para o Osasco, por 3 sets a 1, na Arena Multiuso, na noite desta quinta-feira, ficou na história. Depois de um primeiro set vencido com uma vantagem considerável, além de dois sets seguintes aparentemente disputados, como cair num quarto set por 25 a 4?
Nas palavras do Luciano, meu parceiro aqui no blog:
"Não me lembro de ter visto um placar assim antes. Acontece muito no esporte o tal 'branco', o 'buraco' em que um time se enfia e não consegue sair, um lapso que costuma custar um set, ou até mesmo uma partida. Agora, somar quatro pontos em 29 disputados é inaceitável para um time de alto nível, que está na competição para disputar um título. Lógico, qualquer equipe está sujeita a um momento de desconcentração, é do esporte, mas merece um puxãozinho de orelha do técnico Maurício Thomas"
Bota puxão de orelha nisso! Nem mesmo as jogadoras do Brusque sabiam como justificar o placar. Uma das mais experientes delas, a oposto Kika, ficou sem palavras para descrever qual foi o "lapso" que atingiu o time.
“Não sei o que falar. Pode ter sido cansaço, desânimo ou falta de concentração. Sinceramente não sei definir. Com a cabeça fria temos de fazer uma análise a fim de saber o que aconteceu”, declarou Kika.
Então, Kika e todo o time brusquense, analisem, por favor, e contem pra gente o que aconteceu. Estamos todos curiosos e saudosos dos momentos de garra e união da equipe, em que não importa quão difícil é o adversário, vale apenas o lance, o momento, a perfeição da jogada. Se posso dizer alguma coisa, depois da clássica frase lá do início deste post, é: esqueçam o placar, ele não muda sozinho se na quadra a atitude não for inteligentemente mudada.
Adivinhem só?
Quem foi a maior pontuadora da partida? Uma chance! Ela, Natália Zilio Pereira, aquela ponteira de 18 anos, criada em Joaçaba (SC), como nos contou o leitor Rodrigo. Foram 21 pontos marcados (ou cravados, no melhor estilo de Natália).
O pior - para o Brusque - é que a eficiência da ponteira não é novidade nenhuma. Não foi no susto que Natália marcou todos estes pontos. Ela é talentosa, habilidosa, rápida e forte. Tempo de bola e visão de quadra não lhe faltam. Experiência, nos seus poucos 18 anos, também não.
Com ela, a seleção brasileira conquistou o título mundial infanto e no ano passado o ouro no Mundial Juvenil da Tailândia. Quer mais? Foi eleita a melhor jogadora desta mesma competição no ano passado, título que já havia conquistado em 2005.
Vou ter que repetir, a frase lá de cima e o post que aparece logo ali embaixo: eu avisei, fiquem de olho nela!
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
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