Gigante russa Gamova, de 2m02, ataca em um altura incrívelFoto: Divulgação/FIVB |
Uma análise de algumas coisas que me impressionaram na fase final do GP: - No time brasileiro, acho que a performance da Natália no ataque foi o que mais me impressionou. O resto do time a gente já conhece. Lógico que ainda tem que melhorar e muito no passe, mas a Mari também não é lá uma exímia passadora e quantas alegrias já deu aos brasileiros! As únicas incógnitas eram ela e a levantadora Dani Lins. Se ainda não é uma "craque", pelo menos eu achei que a Dani jogou bem melhor do que nos primeiros campeonatos que ela disputou. Ajustou o tempo de bola, fez uma distribuição mais eficiente, ouviu direitinho as recomendações do técnico Zé Roberto, que sabe tudo da função. _ A quantidade de pontos em saque flutuante. Impressionante como é complicado passar o saque flutuante com essa bola nova. Ainda não testei, tô curioso pra testar. Se bem que, depois de 10 anos sem treino, não passo nem saque por baixo! - É impressão minha ou esta geração do feminino é o oposto da geração masculina quando o assunto é o estilo de jogo do adversário que encaixa melhor com o nosso? Tenho a impressão de que os homens costumam ter vantagem diante de times altos e fortes, como a Rússia, e se complicam contra times mais técnicos, como os Estados Unidos. Já as meninas têm dificuldade contra os times mais altos e fortes, como a Rússia, e levam vantagem diante de times mais técnicos, como a China. - A China, aliás, foi a grande decepção do torneio, pra mim. Acho um bom time, que não jogou absolutamente nada neste Grand Prix, especialmente na fase final. Só que os chineses são meio parecidos com os americanos, nisso. Eles fazem planejamento a longo prazo, o time é jovem, vamos ver como elas evoluem até a Olimpíada de Londres. _ A armação do time da Rússia. O técnico Vladimir Kuzyutkin é totalmente não-convencional. É a tal coisa: se ganha, é gênio; se perde, é maluco. Foi vice e quase venceu o campeão Brasil, então daria pra dizer que ele está mais próximo da genialidade do que da maluquice? Sei lá, é complicado. Mas que foi estranho, foi! E fica a pergunta: será que com uma formação normal, sem ter a responsabilidade do passe, as centrais teriam desempenho melhor? No ataque foi sofrível, a Murtazaeva marcou 18 pontos, contra 15 da Borodakova (a única que não passa) e 1 mísero pontinho da Sedova, que foi a central passadora do jogo contra o Brasil. Pior que no passe elas também não são lá essas coisas. Eu acho que pra fazer uma engenharia complexa dessas, só se forem passadoras fenomenais. Acho mais simples ensinar a Kosheleva e a Markova e passar. Contra o Brasil foi mais bizarro, porque a central da rede passava. Contra a Holanda, corrigiu isso de maneira mais esquisita ainda, colocando as duas centrais pra passarem no fundo. E pior: quem a líbero protegia no saque flutuante, quando geralmente só duas jogadoras assumem a recepção? A lógica seria mandar a central da rede lá pra frente e a líbero compor o passe ao lado da central do fundo, mas não; a pobre da Murtazaeva tinha que recuar lá da rede pra passar e ainda puxar a bola de primeiro tempo. Haja preparo físico! Essa situação me lembrou do Carlão, em 1992, um atacante por natureza que virou central e o Brasil foi campeão olímpico. - A russa Kosheleva foi a atacante que mais me impressionou. Em um time "normal", ela teria o mesmo papel de uma Flier, de uma Kozuch. Naquela salada russa, fica escondida atrás da Gamova, que recebe a maioria das bolas. Agora, ela é tão importante pro time que o técnico teve que dar um jeito de escalar a garota e a Gamova no mesmo time! Isso que ainda tem a Sokolova, a Artamonova, a Godina... onde a Rússia consegue tantas gigantes, hein? - Por falar nisso, a altura das atacantes é outra coisa a se observar. Impressionante o time russo, e o holandês também é alto. Aí vai uma listagem com as principais atacantes de cada time e as médias de altura considerando apenas as jogadoras listadas. Rússia - média 1m93 Holanda - média 1m90 China - 1m88 Alemanha - 1m87
BRASIL - média 1m87cm
Fabiana - 1m93
Thaisa - 1m96
Mári - 1m88
Natália - 1m83
Sheilla - 1m85
Sassá - 1m79
Borodakova - 1m90
Makarova - 1m94
Murtazaeva - 1m90
Naumova - 1m90
Safronova - 1m90
Sedova - 1m92
Gamova - 2m02
Kosheleva - 1m91
Huurman - 1m92
C. Staelens - 1m94
Flier - 1m91
Visser - 1m91
Stam - 1m84
Xue Ming - 1m93
Y. Ma - 1m89
Wang - 1m90
Li Juan - 1m87
Na Yin - 1m82
Beier - 1m84
Fürst - 1m92
Brinker - 1m84
Kozuch - 1m87
Ssuschke - 1m88
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
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