Meninas do Brasil estão perto do título no Grand Prix, e o masculino conquistou o Sul-AmericanoFoto: Divulgação/FIVB |
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O primeiro dos dois títulos que o Brasil poderia conquistar neste final de semana já está no bolso. A Seleção Brasileira masculina foi campeã do Sul-Americano, na Colômbia, com a vitória por 3 sets a 1 (28/30, 25/17, 25/19 e 25/15) sobre a Argentina, na noite de sexta-feira, em Bogotá. Portanto, a vaga na Copa dos Campeões, no Japão, em novembro, está garantida. O Brasil ainda teve três premiações individuais: Serginho foi o melhor líbero, Giba, o melhor ataque, e Murilo, o melhor jogador do campeonato.
No feminino, se não fosse pela vitória da Rússia sobre a Alemanha (3 a 1) na preliminar, o Brasil já poderia comemorar antecipadamente o oitavo título do Grand Prix após vencer a Holanda pelos mesmos 3 sets a 1 (25/22, 18/25, 25/20 e 25/16). O jogo foi mais difícil do que eu esperava, muito mais pelos erros do Brasil do que propriamente por mérito das holandesas.
Vi a mesma coisa do jogo contra a China, que a Holanda venceu: elas crescem em boas sequências de saque, tem a oposta Flier que joga demais e a líbero van Tienen defende uma barbaridade. Isso que a levantadora Staelens jogou um pouco melhor do que no jogo com as chinesas, que foi o único delas que eu vi inteiro. Teve mais variação de jogadas, e mesmo assim o bloqueio brasileiro deu show, com 19 pontos.
O primeiro set foi complicado. Nossas ponteiras simplesmente não jogaram. A Mari não fez nenhum ponto de ataque e a Natália acabou sendo substituída pela Sassá em função da irregularidade no passe, nosso maior defeito no jogo desta madrugada. A recepção foi sofrível, até a Fabi foi mal neste fundamento. Mesmo assim, conseguimos a vitória.
No set seguinte, a Holanda abriu 5 a 0 rapidinho em uma das muitas sequências de bons saque que elas deram ao longo deste campeonato. Quando o nosso passe saía, a leavntadora Dani Lins conseguia ler direitinho o "mapa da mina": as jogadas pelo meio de rede. Foram 7 pontos em 7 tentativas de ataque pelo meio. Só que o ataque das centrais só é possível com a bola na mão, e a gente continuou errando passe. A Flier "criou raízes" no saque, no meio do set, e a diferença que as holandesas abriram naquela passagem foi suficiente para empatar o jogo.
No terceiro set, o que fez a diferença foi o bloqueio brasileiro. Começou ali o show da Thaisa, que marcou na parcial 4 dos 7 pontos de bloqueio dela no jogo - fez, sozinha, a mesma pontuação no bloqueio de todo o time da Holanda na partida. Isso sem falar das inúmeras bolas em que ela amorteceu o ataque e o proporcionou a defesa e o contragolpe brasileiro. Com a Mari sacando bem e a Thaisa fechando a rede, o Brasil chegou a abrir 8 pontos de vantagem. O técnico Selinger ficou tão desesperado que tirou uma ponteira, a Stam, que tem mesmo um passe muito ruim, e colocou uma central pra fazer o fundo de quadra, a Wensink. Ela acabaria ficando inclusive na passagem de rede e aí facilitou as coisas pra gente: não foi bem no passe, nem nos preocupou no ataque!
Nosso problema continuava sendo a recepção. Tomamos 11 pontos de saque no jogo todo. Ainda bem que tínhamos o mesmo veneno! No quarto set, a central Visser foi pro saque e abriu vantagem de três pontos pra Holanda, e demos o troco com a Fabiana, que foi pro serviço com o Brasil em desvantagem e entregou em 11/7 para nós. Só faltava marcar a Flier, maior pontuadora do jogo, pra "fechar o caixa". E marcamos! Aí foi um abraço, vitória confirmada e uma mão na taça. Se a Rússia não vencer a Holanda, nem precisaremos ganhar do Japão na manhã deste domingo. Sou Staelens desde criancinha - e não é só porque ela, provavelmente, é a jogadora mais bonita deste Grand Prix, mas pra já liquidar a fatura antes de entrar em quadra e poder aproveitar o jogo contra as anfitriãs japonesas já com a medalha de ouro no peito.
Os números do jogo
Brasil
Ataque - 49 pontos
Bloqueio - 19 pontos
Saque - 10 pontos
Erros do adversário - 15 pontos
Atuações
Sheilla - 22 pontos: 16 de ataque, 4 de bloqueio e 2 de saque
Fabiana - 18 pontos: 10 de ataque, 4 de bloqueio e 4 de saque
Thaisa - 15 pontos: 6 de ataque, 7 de bloqueio e 2 de saque
Mari - 12 pontos: 8 de ataque e 4 de bloqueio
Sassá - 9 pontos: 7 de ataque e 2 de saque
Natália - 2 pontos de ataque
Holanda
Ataque - 49 pontos
Bloqueio - 7 pontos
Saque - 11 pontos
Erros do adversário - 16 pontos
Maior pontuadora: Flier, com 24 pontos (17 de ataque, 1 de bloqueio e 6 de saque)
Blogueiros: Luciano Smanioto e Bruna Bernardes Das quadras para a redação. Luciano Smanioto foi ponteiro e jogou vôlei até os 24 anos. Foi parar no jornalismo e neste blog comenta as partidas e as equipes da Superliga Nacional, Liga Mundial, entre outras competições que envolvem o esporte.
Bruna Bernardes jogou profissionalmente como oposta. Largou as quadras em 2006, depois de ter atuado em clubes do Brasil e da Espanha. Foi parar no jornalismo e agora passa a escrever sobre o esporte que acompanha bem de perto desde os 10 anos, quando começou a jogar.
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