Iarley desaba em emoção.Foto: Valdir Friolin/Agência RBS |
A saída do atacante Iarley evidencia uma realidade do futebol pouco falada: a de que o jogador é uma mercadoria, um objeto de troca. Muitas vezes o clube vende, compra, negocia o atleta conforme a própria vontade e o interesse de terceiros. Quando fiquei sabendo da negociação, lembrei do meu pai, Nelson Becker, o seu Beckinha. Eu era adolescente em Venâncio Aires e sonhava em ser jogador de futebol, como todos os garotos da minha idade. Aí ele tirou a idéia da minha cabeça argumentando que a vida da maioria dos jogadores era dificil, que muitas vezes o clube trata o atleta como se fosse um 'porco', engorda, engorda e depois vende ou abate. Nunca esqueci. Se a gente raciocinar é isso mesmo.
Iarley ficou surpreso, os companheiros dele, a torcida e a imprensa também. O jogador queria ficar, tanto que disse que o "querer nem sempre é o que pode". mas o clube já tinha feito toda a negociação e ele não teve outra alternativa.
Iarley, figura importante nas maiores conquistas do clube, foi tratado como um qualquer, quando deveria ser respeitado pela história no clube. Em 13 anos de jornalismo esportivo, nunca tinha presenciado uma despedida tão emocionada. Os garotos que sonham em ser jogador de futebol, devem se inspirar no profissionalismo do nordestino. Um grande caráter.
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