Esta foto está também nas páginas do DC. Não poderia faltar provocação com o Avaí, né?Foto: Julio Cavalheiro |
![]() |
Dia lindo
Torcidas educadas
Árbitro perfeito
Jogão de bola
A partida
É difícil uma final de campeonato apresentar um belo espetáculo. Nesse sentido, vivemos uma exceção neste domingo. Os atletas de Figueirense e Criciúma desencarnaram da arbitragem e decidiram jogar bola.
Um grande clássico, aliado ao belo domingo de sol e ao Scarpelli tomado por duas torcidas alto astral, foram uma resposta de agremiações que pensam grande para exorcizar alguns momentos varzeanos (tipo cai-cai) e de violência que o Estadual apresentou.
A primeira etapa
No primeiro tempo, o Figueira aplicou uma verdadeira blitz nos minutos iniciais. Num chute de Marquinho, quase abriu o placar. Mas o Tigre mostrou, com um contra-ataque (Uendel e Jael perderam boas chances), o que seria a tônica da partida: uma equipe querendo surpreender com velocidade.
Mas o Figueira estava determinado. A falta, bem marcada, que aos oito minutos resultou no gol, estabeleceu justiça no placar. Cleiton Xavier bateu, a bola desviou em Edu Salles, e o Figueira fez 1 a 0.
O Criciúma voltou a chegar na grande área alvinegra de forma esporádica e, na maioria, sem perigo iminente. Aos 25 e aos 35 minutos, as duas melhores chances tricolores. Nas duas, Beto chutou com perigo e Wilson mostrou estar afiado, fazendo defesas espetaculares.
O Figueira, inteligentemente, mais recuado, ficou contra-atacando com muito perigo. Num deles, aos 30 minutos, Edu Sales perdeu a chance de garantir tranqüilidade para a segunda etapa. Sozinho, cara a cara com Zé Carlos, chutou para fora.
O segundo tempo
Na segunda etapa, a cadência do duelo mudou nos primeiros 15 minutos. Passou de uma movimentação elétrica dos atletas para um jogo mais pensado. O Tigre, esperando por uma oportunidade de empate, mas sabendo que o mundo não acaba com a derrota. Uma vitória simples já provoca uma prorrogação. O Figueirense, preocupado com o excesso de cartões amarelos.
Aos seis minutos, Élton - fez uma ótima partida -, com cãibras pelo tempo sem jogar, deu lugar a Rodrigo Fabri. Este, logo aos 10 minutos, exigiu grande defesa de Zé Carlos. Logo depois, levou o terceiro amarelo e está fora da decisão.
Aos 15 minutos, Asprilla sentiu músculo da coxa e Makelelê entrou. Problemão para Gallo. Diogo passou para a zaga. Por que não entrar Perone? Não seria mais simples? Logo depois, Beto perdeu um gol incrível, justamente na confusão gerada pela substituição, já que o miolo de zaga ficou desprotegido.
Gallo recompôs a zaga com Perone, percebendo seu erro e reagrupando o time. O momento de terror para os alvinegros passou. Mesmo assim, o Criciúma continuou mais presente na etapa e chegando com perigo.
Beto, aos 45 minutos, errou seu terceiro gol cara a cara com Wilson. Ficou o recado do Tigre: pedreira pura espera o Figueirense no domingo que vem.
Os técnicos
Chamou atenção no pré-jogo. De um lado, o técnico Gallo, sequer cantando o hino nacional, olhar vago. Do outro, enquanto o jogo não começava, Leandro Machado rezava, olhos fechados, concentrado.
Diferentes estilos de, psicologicamente, influenciar seus jogadores. Um calmo, quase indiferente. O outro, mobilizadíssimo, hiper, máxi, ultra valorizando cada momento.
A consciência e serenidade de Gallo, ficou comprovado, era pela segurança que tinha da boa atuação de sua equipe. O nervosismo de Leandro Machado, pela sensação que se confirmou no jogo: o time está acusando a maratona de decisões.
Os esquemas
O Criciúma, sem novidades, apenas com a confirmação de Uendel na ala e Marcelo Rosa no meio.
No Figueirense, ao contrário do que muitos imaginavam, Gallo apostou, mesmo, em Elton.
No debate pela manhã, na CBN/Diário, eu já adiantava esta possibilidade. Também apareceu no time Fernandes, ficando Fabri de fora. Esta sim, uma decisão relativamente surpreendente.
Gallo teve tempo para treinar, logo, desta vez, pôde empregar sua teoria, que foi precipitada no clássico com o Avaí. Igualmente, com Fernandes bem preparado, conseguiu apostar num atleta experiente, que realmente tem um toque diferenciado e cria situações complicadas para o adversário.
Outra boa aposta de Gallo foi usar dois zagueiros somente. Funcionou bem o esquema de proteção. Gallo teve leitura exemplar do jogo e merece todos os elogios (o blog, que tanto o critica, não é unilateral: reconhece quando há o acerto).
O único erro foi colocar Makelelê na vaga de Asprilla - machucado -, recuando Diogo. Desarticulou o meio, mas consertou o problema, logo depois, colocando Perone.
A arbitragem nota 10
Não esperou para dar cartão. Aos cinco minutos, amarelou Uendel, por falta violenta, corretamente.
Na falta que originou o gol, também estava perto do lance. No primeiro tempo, uma falta na intermediária, não marcada para o Criciúma, foi o único erro. Convenhamos, uma excelente média.
No segundo tempo, continuou sóbrio. Deu amarelo para Fabri, novamente com razão.
Bastante equilibrado, discreto, uma aula de arbitragem.
Os destaques
Disparado, pela garra, pela disposição, pela movimentação, pelo oportunismo e pela sorte, porque não, Edu Salles. Vibrava até em desarme. Um exemplo! Como ressalva, apenas, um gol incrível perdido, cara a cara com Zé Carlos.
Em segundo plano, a boa movimentação de Fernandes e Cleiton Xavier e o incrível Wilson, um paredão.
No Tigre, Beto não omitiu-se, flutuou pela linha intermediária, avançou, ameaçou, mas, quando teve a chance de marcar, parou nas mãos de Wilson.
Em segundo plano, Zé Carlos estava, como sempre, inspirado e Zulu fez uma parede eficiente na frente.
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.