Vitória inquestionável eletriza o returno
A retomada da liderança do returno do Catarinense foi arquitetada pelo Tigre com requintes de maldade, na primeira etapa, para com o Figueirense.
Quando Leandro Machado entrou com um esquema ofensivo e Gallo com um esquema medroso, todas as condições para uma aula de futebol e coragem estavam postas. O que aconteceu no primeiro tempo foi um espelho da proposta de cada técnico.
No segundo tempo, o Figueirense não conseguiu descontar o prejuízo da desastrosa primeira etapa.
Se no turno Avaí e Criciúma, quando tinham o campeonato encaminhado, fizeram de tudo para entregá-lo ao Figueirense, no returno é o alvinegro que, quando se defrontou com a chance de disparar, resolveu abrir uma brecha para o próprio Tigre e, por que não, para o Avaí chegarem à final.
Neste domingo, só o Tigre jogou com a vibração de uma final. Mereceu!
1º tempo, um banho de Leandro
A
Desta vez, na primeira etapa, o técnico Gallo, que tinha fama de armar bem o time em clássicos, tomou um banho organizacional de Leandro Machado.
Durante todo o primeiro tempo, excetuando três escanteios batidos por Fabri, em nenhum momento o Figueira criou chances de gol a partir de jogadas construídas por seus homens de criação.
Quando o Criciúma abriu o placar, aos 20 minutos, já havia arriscado quatro chutes a média distância, sofrido uma falta que resultou em cartão amarelo, feito três cruzamentos para a área e tocado, como queria, a bola na intermediária alvinegra.
Acontece que não existe resultado injusto no futebol, o que conta é saber aproveitar as chances criadas. O empate do Figueira, um minuto depois, foi fruto de um cochilo da zaga.
A justiça foi reposta aos 24 minutos, quando Carlinhos “comeu mosca” e permitiu a Jean Coral cabecear.
Carlinhos era o vilão do meio-campo. Movimentava-se mal, marcava mal, passava mal, truncava o setor. O azar de Carlinhos, ao machucar-se em jogada com Beto, foi a sorte de Gallo, que, ainda no primeiro tempo, por vias tortas, consertou o meio.
Ah, e o Tuta? Não tocou na bola. Se é para armar um esquema como se propôs Gallo, então escalar Tuta é condenar o atleta ao latifúndio improdutivo de uma grande área vigiada por todos os lados.
Convenhamos, viver de cobranças de escanteio é muito pouco para quem luta para buscar um título antecipado.
O Criciúma, que não tinha nada com isso, foi lá e cravou o terceiro com Jean Coral.
Terminou com Olé os 45 minutos do clássico.
2º tempo, Figueira melhorou, mas pagou pelos 45 minutos iniciais
Tá certo que Tuta foi um fantasma no primeiro tempo. Mas não por sua culpa. A característica deste atleta foi aviltada pelo esquema. Foi tirado para Cristo na Páscoa e perdeu a vaga para Edu Salles no intervalo.
Recuperar jogos no segundo tempo, consertando erros de armação tática cometidos no período incial já é uma tradição do método Gallo de comandar.
Mas arrumar a casa contra times menos votados é uma coisa, contra um adversário que luta pelo título, como o Criciúma, é outra.
O visitante até colecionou, na velocidade de Sales, algumas ameaças ao adversário. Mas quem tem Fabri e Xavier no time não precisa ficar vendo Diogo errar passes constantes na armação. Falando numa linguagem bem popular, enche o saco ver tanto desperdício causado por um técnico que dispõe as peças de forma equivocada.
O Tigre puxou o freio de mão e jogou na cautela. Quando precisou, o goleiro Zé Carlos mostrou sua categoria, com uma defesa sensacional em chute de César Prates, aos 20 minutos.
Mesmo assim, a Avenida Felipe Santana continuou com sinal verde para Beto e Cia aprontarem nos contra-ataques.
Os dois times, aliás, foram vítimas de uma arbitragem que deixou o ferro roncar sem parcimônia. Célio Amorim, num gramado pesado, precisaria segurar as rédeas e impor-se mais na partida.
Célio também se confunde todo nos critérios para cartão. Dá quando não precisa, não dá quando é óbvio.
Impressionante a insistência em escalá-lo para os sorteios de jogos decisivos e importantes. Não está preparado para este tipo de situação.
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