Festa alvinegra. Ressacada virou salão de festaFoto: Glaicon Covre |
Este blog detesta rótulos. Mas adora o clássico Avaí x Figueirense. Então, como retratar um dos melhores clássicos da década com a consciência tranqüila?
Momentos antes do apito trilar, confuso sobre como observar o jogo, fui possuído por três diferentes personalidades.
Não dá para explicar a avalancha de emoções contraditórias. Mas dá para relatar o que cada personalidade pensou do duelo:
Castiel, avaiano
1º tempo
- O Figueirense, em nenhum momento, admitiu estar inferiorizado em relação ao Avaí. Mas tentou até enganar que o Wellington Amorin jogaria. Por quê? Medo? Já o Avaí, desde o início, esteve escalado e definido.
- O esquema 4-4-2 pelo qual optou o Ramirez, comprova que o time estava embuído do espírito de atacar. O rival, no 3-5-2 veio para defender-se como time pequeno.
- Um pênalti escandaloso a dois minutos no Válber!
- Aos 5 minutos, o Edu Sales tentou enganar a torcida e cavar um pênalti.
- O árbitro matou a pressão avaiana dando faltas esquisitas para o Figueirense.
- Aos 19 minutos, o árbitro não deu falta em lance que quase acabou em gol do Figueirense.
- Aos 31 minutos, o Batista chutou, a bola foi para escanteio e o árbitro deu tiro de meta. Tá de brincadeira!
- No lance do Marquinhos, aos 32 minutos, pedirem impedimento é desespero de quem não sabe mais o que fazer para defender-se de tantos ataques.
2º tempo
- Aos 3 minutos, o árbitro já devia dar amarelo para o Fernandes, já que o Figueira ficou fazendo faltas no ataque o tempo todo.
- Aos 4 minutos o Diogo que fez falta, mas ele deu do Batista e ainda mandou um cartão. Aí já é demais.
- O Marquinhos não estava impedido aos 7 minutos, iria ser gol. Assim fica difícil!
- Aos 12 minutos o jogador do Figueirense cabeceou para fora e o perdidão do árbitro deu tiro de meta, o Avaí vai penar, mesmo.
- Tanto o árbitro trancou o jogo do Avaí, que acabamos tomando o gol. Um pênalti no primeiro tempo e um impedimento absurdo no segundo. Assim não vamos ganhar nunca, mesmo.
Castiel, alvinegro
1º tempo
- O time entrou tão por baixo neste clássico, que até o Wellington Amorin ficou de fora. Daí bateu aquele pensamento mágico que, no futebol, às vezes funciona: chegou a hora da camisa jogar sozinha. Afinal, o Figueira está na Série A, vem dominando o cenário do confronto com o Avaí nos últimos anos, precisava dar a resposta em campo.
- O Figueirense sempre jogou no 3-5-2 e não mudaria, ainda mais desfalcado.
- No lance que o Avaí reclama de pênalti no Válber, o juiz errou, mas ao não dar impedimento do Vandinho antes.
- Foi na frente da torcida do Figueira, todo mundo viu que foi pênalti em Edu Sales aos 5 minutos.
- Ficaram nervosos quando viram que no grito não ganhariam.
- Aos 19 minutos, o bandeira inventou um impedimento que poderia virar gol do Figueiernse.
- No lance do Batista, aos 31 minutos, ficaram reclamando escanteio? Piada tem hora.
- Aos 32 minutos, o juiz não deu impedimento de Marquinhos, quase gol do Avaí. Mais um erro contra o Figueira.
2º tempo
- Aos 3 minutos, mais uma vez o árbitro inventou falta para destruir um ataque alvinegro. Começou a etapa final igualzinho a todo o primeiro tempo.
- Até que enfim um amarelo para o Batista aos 4 minutos, bateu o jogo todo.
- Vão ficar incomodando a arbitragem em lances como o do Marquinhos, aos 8 minutos, e do escanteio, aos 12, para ver se ganham no grito.
- Série A é Série A. Fernandes mostrou que qualidade não se encontra na venda da esquina ao marcar o gol e fazer a jogada do segundo gol. Caíram na real. O terceiro foi para enterrar de vez.
Castiel, jornalista
1º tempo
- Com a confirmação do desfalque de Wellington Amorin, o retrato do jogo estava finalmente desenhado. O Figueirense teria que demonstrar uma superação mais que extra para encostar no Avaí e voltar à briga no turno.
- A configuração tática dos dois times nada mais foi que a expressão natural do que os dois técnicos tinham em mãos para trabalhar nesta partida.
- O script foi seguido à risca no início do jogo. O Avaí agressivo, perigoso. O Figueirense tentando dominar o meio-campo. A primeira chance de gol avaiana foi um lance confuso, mas não se pode condenar o árbitro por não dar pênalti, pois mesmo pela televisão não ficou a certeza.
- No lance envolvendo o Edu Sales o árbitro mandou bem novamente. Sequer deu para comprovar um possível pênalti pela televisão.
- O Figueirense conseguiu controlar o ímpeto inicial do Avaí, aproveitando uma ansiedade dos atacantes avaianos na hora da conclusão. Mas o Avaí continuou mais perigoso, com várias chances de gol, e o Figueirense sem solução para criar situações concretas de gol.
- Aos 19 minutos, mandou bem o bandeira ao dar impedimento de Edu Sales, a televisão mostrou ter sido correta a decisão.
- Aos 25 minutos, no primeiro chute a média distância do Figueirense, Diogo acertou a mira e Martini brilhou. Mas foi uma chance isolada, logo respondida por Válber, que mesmo perseguido por Makelelê - aliás durante todo o jogo -, achou espaço aos 30 minutos e chutou raspando a trave.
- Aos 32 minutos, a melhor chance do Figueirense chegou aos pés de Fernandes, mas faltou cacoete de centroavante para concluir. E aos 34 minutos, a segunda melhor chance avaiana. Marquinhos entrou em posição regular (a televisão comprova) e tentou encobrir Gustavo, a bola passou perto.
- O restante da etapa incicial foi de respeito mútuo e poucos ataques. Comprovou-se que o Avaí tinha mais poder para agredir, mas ficou claro, também, que, mesmo diante de um adversário bastante desfalcado, a decantada superioridade avaiana era, na realidade, muito sutil.
2º tempo
- O Figueirense começou tentando impor-se, com dois chutes a média distância, perigosos, um de Fernandes, outro de Xavier, em menos de dois minutos.
- O Figueirense apresentou mais volume de jogo nos primeiros 15 minutos. Mas o Avaí teve a melhor chance, com Marquinhos, em impedimento incorretamente apontado pela arbitragem, como as imagens da televisão comprovaram.
- Célio Amorim, que fez um primeiro tempo impecável, apresentou algumas interpretações confusas, demonstrando certo nervosismo no início de segundo tempo.
- O Avaí resolveu acordar, contando com um daqueles brancos do time do Figueirense que têm acontecido durante todo o campeonato. Só que perdeu a sua terceira melhor chance, com Vandinho, que foi egoísta, tentou o chute, ignorando três companheiros sozinhos na área.
- Aos 18 minutos, Fernandes aproveitou rebote de falta cobrada por Xavier e abriu o placar. Resultado justo para as ações no segundo tempo. Saiu na frente quem aproveitou melhor a bola parada.
- O Avaí não conseguiu reagir à altura, acusando o golpe. Tanto que o primeiro arremate após o gol foi de Marquinhos, só aos 26 minutos.
- O jogo ficou feio nos minutos finais. Ajudado pela arbitragem, que mostrou-se confusa no segundo tempo, errando interpretações para os dois lados.
- Aos 37 minutos, Fernandes desequilibrou, novamente, e decidiu o jogo. Chutou na trave e, no rebote, Edu Sales não perdoou. Aos 39, quase começou a goleada, com Martini salvando o Avaí. Aos 49 minutos, Alexandre acabou, de vez, com o Avaí.
Com a vitória do Criciúma, que volta a liderar, tá tudo indefinido na briga pelo título. Show de campeonato!
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