Carlinhos foi o Carlinhos. Quem sofre é o FigueiraFoto: Rovani Ilha |
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Comentar um jogo de um representante da Série A diante de um time que sequer regularizou seu nome junto à Federação Catarinense de Futebol, por falta de pagamento, é um pouco dialético.
Vencer, ou não, o lanterna do Estadual era simplesmente, para o Figueirense, dar uma satisfação ao seu exigente torcedor de que tinha vontade de ser campeão do turno. Porque peças para tal sempre estiveram à disposição.
Então, o blog limita-se a listar, pelo que viu ontem, na transmissão da TV, os porquês da crônica de um empate tão lamentável.
Por que o Figueirense deveria ganhar?
- Porque Arilson, o "craque" do time, desce redondo, mas não é na escalação do seu time, entende?
- Porque o adversário mudou de técnico um dia antes do confronto.
- Porque o Cidade Azul, ou Atlético Tubarão, sei lá, não pagou o salário atrasado dos seus jogadores.
- Porque o dono da casa (ou melhor, locatário, já que o estádio é da prefeitura) estava com sete desfalques.
- Porque os torcedores das não-arquibancadas (aqueles, de pé, no alambrado) vestiam camisas de todos os times possíveis e imagináveis - Grêmio, Inter, Flamengo etc - menos do time da casa.
- Porque, perto destes torcedores, tinham uma dezena de carros estacionados, dentro do estádio. Quer várzea maior?
Por que o Figueirense só empatou?
- Com três zagueiros e meias improvisados nas alas? Claro que não daria certo.
- Com o tosco do Carlinhos incomodando no meio e atrapalhando a zaga? Pelo amor de Deus!
- Com o Diogo errando TODOS os cruzamentos que tentou ao apoiar o ataque? Piada pronta.
- Com o Cristiano apelando para faltas bisonhas por falta de timing no setor? Vai escolher mal em outro time.
- Levando gol do tal Arilson, que cobrou uma faltinha despretensiosa? E foi substituindo no início do segundo tempo, com cãibra? Noossa!
- Com Bruno Santos e Fernandes no banco? Só pode ser brincadeira.
- Deve ser por alguns destes motivos que o Gallo faz treino secreto. Para evitar passar vergonha antes do tempo.
- Porque, para treinar jogadas trabalhadas e cobranças ensaiadas não deve ser o motivo dos treinos secretos. Já que não vimos nada de concreto apresentado pelo time alvinegro.
- O desarranjo tático era tão estúpido, que o apuro técnico foi sepultado. Se serve de ironia, pelo menos Gallo escondeu bem o jogo para o clássico, já que Ramirez estava assistindo à partida.
- Aí, para completar, Gallo substitui Asprilla, deixando em campo o pendurado César. Resultado: o cara leva amarelo e não joga o clássico. É mole?
Estarrecedora afronta ao óbvio
Depois de tantas observações estarrecedoras, só resta, após o primeiro tempo, concluir o óbvio: só mexe bem que escala mal.
Gallo, ainda na etapa inicial, tirou Asprilla e colocou Bruno Santos.
Como de um lado tinha um time pequeno e, de outro, um time grande, então os jogadores se encarregaram de devolver a ordem natural das coisas.
Nos 27 minutos restantes após o gol, o Cidade Azul não teve mais nenhum ataque significativo. E o Figueirense martelou, desordenadamente, é verdade, por cinco vezes.
Aí, logo aos 2 minutos do segundo tempo, Bruno Santos deu um recado, com seu gol, a Gallo: futebol é coisa séria, não brincadeira.
Mas a zaga do Figueira não estava satisfeita com a lambança do primeiro tempo. Está tentando completar o turno consagrando atacantes adversários. Pode ser Brusque, Chapecoense, Tubarão, quem quiser deixa o seu golzinho por ali.
Aí, já no desespero, Gallo apelou para Fernandes e Alex Júnior, tirando Diogo e Marquinhos Júnior.
Mas a desorganização era tanta, que o treinador conseguiu, mesmo, é perder também o goleiro para o clássico, expulso.
Depois, não há mais comentário possível ou com nexo. A partida virou, até o 3 a 3, aqueles jogos de várzea em que, ao apito final, jogador profissional deveria ter vergonha de dar entrevistas.
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